domingo, 18 de março de 2012

Mais emblemático disco da música mineira completa 40 anos sem perder o jeito de novidade

Muito mais do que um mero encontro de duas ruas, ele foi um encontro da música, da poesia, da literatura e, sobretudo, de almas. Foi como o próprio Milton Nascimento, considerado o porta-voz do grupo, resumiu: “Penso que o Clube não pertencia a uma esquina, a uma turma, a uma cidade, mas sim a quem, no pedaço mais distante do mundo, ouvisse nossas vozes e se juntasse a nós”. O Clube da Esquina, além de ter sido um dos movimentos musicais mais importantes da história da cultura nacional, rendeu frutos antológicos, como o disco de mesmo nome que comemora 40 anos este mês.

“A gente tinha certeza de que ia produzir uma obra que ia ficar e se esmerou nisso. Foram muitas cabeças reunidas, muitos talentos juntos de uma só vez. Todos voltados para um só produto. E o resultado só podia ser este”, destaca o compositor Márcio Borges, que junto com Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Beto Guedes, Toninho Horta e a dupla Milton e Lô Borges– que assina o disco – encabeça o projeto.

O álbum, um dos primeiros LPs duplos lançados no Brasil, continua influenciando artistas de todos os cantos e estilos e sua síntese talvez possa ser explicada no texto do encarte original de 1972, escrito por Fernando Brant: “O Clube da Esquina tinha que ser este disco que aí está. Imagem solidária de pessoas solidárias. Pois caminhamos juntos há muito tempo, desde antes da música, desde os primeiros fios de homem, talvez desde os antepassados…”.

A capa do disco, sem o nome do trabalho, com a foto de dois meninos (que muitos acharam que eram Lô e Milton crianças), foi mais uma ousadia do trabalho. Fruto de um instantâneo casual do fotógrafo Cafi, a imagem correria o mundo, e seus personagens, 40 anos depois, foram reencontrados pela reportagem do Estado de Minas e contam aqui suas histórias. De tudo se faz canção.

Nenhum comentário:

Postar um comentário