domingo, 24 de julho de 2011

Aprenda a fazer a Cerveja Amanteigada de Harry Potter!

Responda rápido: qual "produto" do mundo de Harry Potter você gostaria de trazer para o "mundo dos Trouxas"? Alguns poderiam dizer a capa da invisibilidade - quem não gostaria de ter uma? - ou o Chapéu Seletor, os Feijões de Todos os Sabores, a Cerveja Amanteigada...
Agora, imagine experimentar um desses produtos? Pois, pelo menos com a Cerveja Amanteigada, isto já é realidade! Desde julho do ano passado, o parque temático Universal Parks & Resorts produz e fornece a versão "Trouxa" da bebida mais amada do Beco Diagonal.
Mas não pense que se trata de uma "cópia barata e qualquer". O criador da delícia, o chef Steven Jayson, fez uma verdadeira pesquisa de campo com os livros, filmes e até mesmo fez amizade com J.K - e tratou de ir com ela em todos os lugares onde a autora se inspirou para criar tantas coisas legais.
Este ano, o parque comemorou a venda de 1 milhão de cervejas amanteigadas dando um vale-presente para os visitantes da Hogsmeade, uma das alas do parque, provarem a bebida. Sortudos, não?
Mas, se você não pode viajar tão longe para provar a iguaria, não se desespere. Nós te damos a receita aqui!

Ingredientes:
470ml de Sorvete de Baunilha derretido;
4 colheres/sopa de manteiga em temperatura ambiente;
200ml de açúcar mascavo;
2 colheres/chá rasas de canela;
½ colher/chá rasa de noz moscada;
¼ colher/chá rasa de cravo (moídos);
600ml de cidra de maçã sem álcool.

Elaboração:
Misture manteiga, açúcar e temperos em uma tigela grande. Adicione o sorvete e deixe congelar. Aqueça a cidra em uma panela por 3 min, depois espere esfriar um pouco. Encha cada copo com uma colherada generosa da 'poção' de sorvete e derrame sobre ela a cidra aquecida.

A bebida fica espumante, que nem uma cerveja. Por isso o seu nome - você não achava que Harry, Ron e Hermione bebiam cerveja desde os 13 anos, né?

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Clube da Esquina? Sim, é o Clube do Lp no Frei Tuck.

Mais uma esquina de Minas que ficou famosa!
Av. do Contorno com Andaluzita, a partir das 20:00h: Rock'n Roll, Blues e tudo mais que harmonizar com as cervejas do Frei Tuck. A Vinil Hurricane estará espantando o frio na grande festa de despedida do FT. Acima, um papel de parede com todos os cartazes do Clube do Lp para você guardar de recordação. Aguardamos você!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Conheça cervejas ideais para espantar o friozinho do inverno

Por Juliana Crem do site Terra

As cervejas são facilmente associadas aos dias quentes de verão. Afinal, por vivermos em um País tropical, a maioria das cervejarias industriais investe nas propagandas que ligam a bebida aos dias de verão e ao churrasco ao ar livre. Todavia, a bebida também pode – e deve – ser amplamente consumida no inverno. “Os estilos mais alcóolicos e encorpados costumam ser os mais recomendados, já que o álcool ajuda na sensação de aquecimento do corpo”, destacou a Beer Sommèliere Kathia Zanatta, da capital paulista. “Costumamos sugerir ainda cervejas mais robustas e com pouca carbonatação para o consumo nesta estação”, explicou Marcelo Ponci, zitólogo e sócio da empresa Cerveja Gourmet, que vende a bebida pela internet. Dentre os estilos mais indicados estão Bock, Weizenbock, Dubbel, Tripel, Strong Dark Ales, Stout, Barley Wine, Old Ale e India Pale Ale . Elas devem ser servidas entre 7 e 13°C: “quanto mais elevado o teor alcoólico, maior a temperatura de serviço”, ensinou Kathia, que recomendou servir estas cervejas em copos largos e de boca mais aberta, por serem mais aromáticas e complexas. “Uma taça de vinho tinto é excelente opção para quem não tem o copo certo de cada estilo. No caso da Barley Wine, um snifter (copo de conhaque) é ainda melhor”.
O mais bacana é que estas cervejas podem ser harmonizadas com pratos típicos da estação. “O bacana é fazer experimentações para ver o que realmente fica legal. Além disso, essas são cervejas para serem degustadas. É qualidade e não quantidade. O ideal é, com o paladar limpo, tomar um gole da cerveja, sentir suas características, provar o prato e ingeri-la novamente para ver como ficou”, disse Ponci. Kathia sugeriu algumas combinações gerais:
- Bocks (6,8% de álcool): carnes vermelhas grelhadas, fondue de queijo, frios como salame e presunto Parma;
- Weinzenbock (8,2%): carpaccio, goulash, carne de vitela e queijos azuis;
- Dubbel e Strong Dark Ales (entre 7 e 11%): cassoulet, queijos azuis e trufas de chocolate ao leite;
- Tripel (8,5%): paella, mexilhões, queijos azuis e raclette;
- Stout (5 a 10%, dependendo da variação): ostras, escondidinho de carne moída, torta de nozes pecan, chocolates amargo e meio amargo e tiramissú;
- Barley Wine (10,5%): castanhas variadas, queijos azuis e creme brulée;
- India Pale Ale (7,5%): queijos azuis, enchilada de frango (panqueca de massa de milho mexicana), carne de faisão assada.

Confira a reportagem no site Terra e a descrição de 30 diferentes tipos de cervejas para você degustar nesse inverno.


A cervejaria Vinil também tem cerveja para espantar o "friozinho"

Trata-se da Vinil Hurricane - Imperial IPA, que é um estilo de cerveja norte americano. Ela foi assim batizada por dois motivos. Primeiramente por ser uma referência ao boxeador Rubin "Hurricane" Carter, eternizado musicalmente na voz do também norte americano Bob Dylan. A Vinil Hurricane possui um nocaute de lúpulos, seu IBU, unidades de amargor, chega a 35. O segundo motivo são os 7,8% de teor alcoólico que podem te deixar "meio" tonto após alguns goles, assim como o fenômeno natural estampado em seu rótulo. Mas, lembre-se: "slow beer" - beba sem pressa e com moderação.

Bem, a temporada de furacões também começou aqui no hemisfério sul, sua primeira aparição neste ano será na 29º edição do Clube do Lp no bar Frei Tuck, dia 21 próximo, no formato de chope. Vai encarar?

domingo, 17 de julho de 2011

Microcervejarias artesanais brigam por 1% do mercado



Principal gargalo do segmento é a carga tributária. 
Fonte: Publicada em 12-07-2011: Diário do Comércio - por RAQUEL GONDIM. 



DIVULGAÇÃO
Paula Lebbos, da Backer: concorrência desleal
Paula Lebbos, da Backer: concorrência desleal

   Embora as microcervejarias artesanais estejam caindo no gosto do consumidor brasileiro, o desafio para o setor ganhar, de vez, o mercado nacional ainda é grande. Essas empresas precisam conquistar espaço dentro da ínfima parcela de 1% que resta ao segmento considerando a indústria como um todo, além de ter que driblar o peso da carga tributária, salgados 18%.

   Segundo dados da Nielsen, 99% do mercado brasileiro é dominado pelas gigantes do setor, sendo que a Ambev detém 70% de market share. Em seguida aparecem Schincariol, com 11,6%; Petrópolis, com 9,6%; e Femsa, com 7,2%.

Para as cervejarias artesanais, fazer parte de um setor dominado por grandes corporações é, sim, um entrave. Entretanto, de acordo com as empresas consultadas pela reportagem do DIÁRIO DO COMÉRCIO, o maior gargalo está na legislação, que não difere os pequenos dos grandes negócios.

Segundo Paula Lebbos, diretora de Marketing da Backer, com unidade fabril no bairro Olhos D’água, existe uma demanda do segmento que a produção artesanal seja diferenciada daquela em escala industrial. Isso porque estão em jogo processos e volumes diferenciados, o que torna a concorrência nas condições atuais desleal.

Marco Antônio Falcone, sócio-proprietario da Falke Bier, sediada em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), tem a mesma opinião. Ele disse que, considerando o cenário atual, mesmo com uma maior adesão do consumidor, fica difícil fazer a empresa crescer.

Além da tributação, ele falou sobre a dificuldade de acesso aos pontos de venda, onde as grandes marcas impõem presença. Falcone disse que a Falke Bier já foi excluída de estabelecimentos depois de contestações de companhias como a Ambev. "Eles monopolizam o mercado e, quando começamos a ganhar mercado, tiram os nossos produtos", denunciou.

Apesar disso, Falcone acredita ser inviável lutar na Justiça contra as gigantes. Para ele, a solução para as pequenas cervejarias é apostar na criação de uma cultura em prol das bebidas artesanais. "Somente assim os consumidores passarão a exigir nossos produtos."


ÉLCIO PARAISO
Atenta à expansão do mercado, a Backer vai lançar, neste mês, quatro rótulos
Atenta à expansão do mercado, a Backer vai lançar, neste mês, quatro rótulos
   Futuro - E, pelo que comprovam os números, o ramo de cervejas artesanais está no caminho certo. De acordo com os dados do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), as pequenas produtoras já movimentam cerca de R$ 2 bilhões, frente aos R$ 30 bilhões do total do mercado.

   O faturamento já é o dobro registrado há quatro anos e o Sindicato atribui o fortalecimento do setor ao aumento do poder aquisitivo da população e à maior compreensão sobre as artesanais e gourmets.

Falcone disse que, apesar dos entraves, os impactos positivos já foram sentidos na Falke Bier. Prova disso é que a empresa prevê investir R$ 1 milhão na abertura de uma nova planta para, pelo menos, dobrar a produção. No momento, a cervejaria fabrica 12 mil litros/mês.

A previsão é de que a nova unidade fabril seja inaugurada no segundo semestre do ano. Por enquanto, segundo Falcone, o local não está definido. O interesse de construir a nova unidade no bairro Jardim Canadá foi descartado devido à supervalorização dos terrenos.

A Backer também se planejou para ganhar fôlego nesse momento de expansão do setor. Ainda este mês, a marca vai lançar quatro rótulos, todos utilizando ingredientes regionais em suas receitas, como açúcar mascavo, capim-limão e laranja da terra.

Inicialmente, a fabricação dos novos produtos será tímida - cerca de dois mil litros de cada uma das cervejas. Paula Lebbos explicou que a ideia é criar no Brasil, assim como ocorre em outros países, um estilo próprio de cerveja. No total, a Backer tem capacidade instalada para produzir 240 mil litros de bebida/mês. Hoje, nove receitas são processadas na planta.

A Trovense, cervejaria artesanal sediada em Contagem (RMBH), também investiu recentemente em novos rótulos. No mercado desde 2006 com dois tipos de chope, a empresa lançou, no ano passado, dois tipos da cerveja Reines Bier. Hoje, a Trovense tem capacidade para produzir 20 mil litros/mês.

Diferentemente do que ocorre nas outras duas companhias consultadas pela reportagem, as comercializações da Trovense são feitas diretamente para o consumidor final. O gerente-geral, Helim Sá, falou que essa foi a única opção encontrada para obter uma margem de lucro maior.

Assim como na Falke Bier e na Backer, os negócios da Trovense são afetados pela alta carga tributária. Conforme Sá, o excesso de tributos inviabiliza a atuação no setor e a geração de empregos.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Um passeio pelo mundo mágico (e nerd!) das cervejas artesanais


Fonte: Super Editora Abril por Ana Carolina Prado 11 de julho de 2011
As micro cervejarias artesanais estão em alta: estima-se que o mercado cresça 15% ao ano no Brasil. Além de experimentar, muita gente também quer fabricar novos tipos de cerveja. Prova disso é que, pela primeira vez em suas 11 edições, a Brasil Brau, maior feira da indústria cervejeira do país, que aconteceu em São Paulo entre 5 e 7 de julho, não foi restrita a empresários e fabricantes do setor. Pagando 30 reais por dia, o público pôde visitar os estandes de expositores e, por três reais o copo, degustar as cervejas expostas. Muitas delas eram de produção caseira e continham ingredientes bem inusitados – e a repórter que vos escreve, que é uma grande fã de cervejas artesanais, foi lá ver (e experimentar) essas criações.

O expert Maurício e eu com bons drink
Para me guiar pela feira, tive a sorte de contar com um dos maiores entendedores do assunto no Brasil: Mauricio Beltramelli, mestre em Estilos de Cerveja e Avaliação pelo Siebel Institute de Chicago (EUA) e co-fundador e editor do BREJAS, o maior portal brasileiro sobre cervejas. “As pessoas estão começando ver a cerveja de uma forma diferente, a entender que existem 180 estilos que vão muito além da pilsen que bebemos no bar”, ele me disse. “Hoje estamos num estágio tão evoluído que temos cervejeiros caseiros ganhando prêmio internacionalmente”.
Cerveja de doce de leite e de fumo de rolo
Meu passeio pela Brasil Brau começou bem: a primeira cerveja que vi era feita de doce de leite! A Cerevisiae Lundii, que nem é vendida ainda, foi invenção do mineiro Humberto Ribeiro Mendes da Cervejaria Jambreiro, de Nova Lima (MG), e levou o primeiro prêmio em um concurso promovido pela Acerva (Associação dos Cervejeiros Artesanais) Mineira neste ano. Mas ninguém pôde degustar a belezinha: a única garrafa no local foi um presente para Maurício e sua mulher. A cerveja, que tem 10% de álcool, deve custar cerca de 40 reais.
Quem ficou em terceiro lugar nesse mesmo concurso foi o casal Paulo Patrus e Gabriela Montandon, da cervejaria Grimor, com a Cerveja de Tabaco Mineiro. Sim: a cerveja deles era feita com fumo de rolo. Mas a bebida também não estava lá para podermos provar: a produção é tão pequena que eles não conseguiram fazer o suficiente para levar. Hoje, a mini cervejaria (ou “cervejaria de Barbie”, como diz Gabriela) produz cerca de 300 litros por mês, geralmente para amigos, mas a quantidade deve dobrar em breve. “Somos produto do crescimento do mercado brasileiro em cervejas artesanais. Começamos a fazer nossa própria cerveja na panela”, conta Gabriela. Ela e o noivo resolveram adiar o casamento para comprar o equipamento adequado – que, hoje, fica ao lado da piscina da casa deles em Belo Horizonte.

Gabriela e Paulo, da cervejaria Grimor, e Humberto, da Jambreiro
Canto gregoriano para o bem estar das leveduras
Minas Gerais deve ser a terra da criatividade para a cerveja. Outra cervejaria de Belo Horizonte com destaque no cenário artesanal – e uma história boa pra contar – é a Falke Bier. As leveduras da cerveja Falke Tripel Monasterium, baseada em receitas de monges belgas, trabalham ao som de canto gregoriano. “Os cervejeiros somos meros cozinheiros. É a levedura que faz todo o trabalho, então ela tem que ser bem tratada”, me explicou Marco Falcone, da cervejaria, conhecido como o “xamã da cerveja” por todo o seu conhecimento no assunto. “Isso é que é legal em fazer cerveja. Se tem sentido ou não, não importa. Tem a ver é com acreditar, ter paixão em fazer isso”, disse o Maurício. Outras cervejas são fermentadas ao som de música clássica. Mas Marco me contou que, para dar uma animada nos microorganismos trabalhadores, começou a colocar um jazz também. “Fazer cerveja é juntar ciência com o coração”, disse.

Cervejas da Falke Bier. A de jabuticaba é a primeira da esquerda
É dessa mesma cervejaria que vem a tão falada cerveja de jabuticaba, lançada no evento. O sucesso foi tanto que não havia mais para degustar (tristeza!). A ideia veio de um problema que havia ocorrido com a produção de outra cerveja, a Falke Tripel Monasterium, inexplicavelmente contaminada por bactérias lácticas. Para não jogar toda a produção no lixo, resolveram estocá-la por mais um tempo imitando a técnica belga utilizada pelas cervejas do estilo Lambic, de fermentação espontânea. Funcionou: dois anos depois, a bebida ficou boa. Para cortar a acidez, eles testaram algumas frutas brasileiras. Tentaram usar acerola e ficou ok, mas a coisa ficou boa mesmo com jabuticaba. Assim nasceu a Vivre Pour Vivre, cujo nome foi inspirado no filme francês homônimo, de 1967, que Marco Falcone adora. Ele recomenda saborear a cerveja, que vai começar a ser vendida agora a pedidos (vai custar 200 reais) ouvindo Thème de Catherine, a música-tema do filme, para uma experiência mais rica.
Cerveja que regula o intestino pode chegar ao mercado em um ano

Amanda Reitenbach criou uma cerveja probiótica
Apesar de todo o fator sentimental da produção de cervejas, boa parte dos cervejeiros são ligados à ciência e à engenharia. “Somos nerds, gostamos de rock e jogamos RPG”, disse Gabriela, que é bióloga. E eles levam a sério a tarefa de fazer cerveja. Amanda Reitenbach, de Florianópolis, é mestre cervejeira e tem doutorado em fermentação e engenharia metabólica pela UFSC. Ela desenvolveu uma cerveja probiótica (com microorganismos vivos que fazem bem à saúde) em parceria com a Heineken. “Depois de três anos pesquisando leveduras, cheguei a essa que resistie à acidez no estômago e aos sais biliares e consegue regular o funcionamento do intestino, aumentar a absorção do colesterol bom e deixar o organismo mais resistente”. A cerveja resultante tem uma turvação parecida com a da pilsen artesanal e deve chegar ao mercado em menos de um ano.
Beber pouco para beber melhor
Com tanta cerveja boa e barata para ser degustada naquela feira, seria normal esperar ver um monte de gente cambaleando por ali. Mas não foi assim. Não digo que saí de lá pronta para caminhar numa ponte suspensa, mas não se via ninguém bêbado. “Não tem mesmo. Nem em festa cervejeira tem. O bom da cerveja artesanal é que você fica satisfeito com pouca quantidade”, confirmou o Maurício. A filosofia deles é “Drink less, drink better”, ou “beba menos, beba melhor”. O lema está estampado nos rótulos da cervejaria Abadessa, de Herbert Schumacher, junto com outros alertas contra o consumo por mulheres grávidas e o incentivo à reciclagem. “O álcool também é uma droga, então temos que agir com responsabilidade social”, disse ele, que deu esse nome à cervejaria em homenagem à monja Hildegard von Bingen, descobridora da utilidade do lúpulo como conservante natural da bebida no século 12.
Além do consumo responsável, esses cervejeiros querem fazer o brasileiro deixar de associar tanto a bebida com futebol e mulheres seminuas e passar a vê-la mais como um bem cultural. Para saborear as cervejas artesanais, a ideia é que você beba de pouquinho e preste atenção a outros detalhes além do sabor – a cor, o cheiro, a densidade, o modo como é fabricada – , assim como se faz com o vinho. “Quando provo uma cerveja nova, levo uns 40 minutos para terminar uma garrafa só. Sento com o laptop e pesquiso tudo o que posso sobre o rótulo”, contou Maurício.
Dicas para quem quer começar
Se você se animou e resolveu explorar o mundo da cerveja para descobrir o que está além da pilsen do bar, aí vai a dica do Maurício: “Comece com a cerveja a que você já está acostumado. Se costuma beber pilsen, procure cervejas feitas de trigo. A fermentação ocorre de maneira diferente, mas o sabor, a cor e o aroma são parecidos. Então você vai começar a ver que cervejas claras podem ser muito diferentes em estilos. Depois, poderá passar para as mais escuras, encorpadas e alcoólicas”.
E não se preocupe se não gostar de alguns tipos. “Existem 180 estilos, você não vai gostar de todos eles. O importante é entender que cada uma tem sua proposta – inclusive a pilsen que é vendida em massa. Tem aquela para você tomar na praia, na lareira, sozinho com os amigos, com a namorada. Conhecendo, você vai acabar encontrando a cerveja certa para o seu momento e estado de espírito”. E sim, você vai pagar mais caro por elas. Mas garanto que vai valer a pena.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Clube do Lp no Frei Tuck: edição nº 29.


Como será o amanhã? Assim intitulou-se a postagem no blog da AcervA Mineira com o comunicado de que o bar Frei Tuck irá fechar suas portas. Localizado na esquina da av. do Contorno com a rua Andaluzita, o Q.G. dos cervejeiros mineiros há quase cinco anos, o Frei, tem muita história para contar: cursos de degustação de cervejas especiais, cursos de fabricação de cervejas artesanais, organizações de eventos como o St. Patrick's, o Biergarten e o BH Home Bier.
Desde fevereiro de 2009 tem sido também a casa do Clube do Lp. Foram 29 edições com diferentes trilhas sonoras para harmonizar com os mais variados estilos de cervejas que encontramos lá. Desde setembro do ano passado, a cada edição do Clube, um cervejeiro caseiro tem apresentado suas criações aos presentes: Grimor, Rugbeer, Jambreiro, Vilã, Taberna do Vale, Bento Bier e é claro, a Vinil. Noite de Clube do Lp também é noite de chope Vinil.
Bem, nos resta desejar boa sorte para o Luiz Flávio em seus novos vôos e agradecer a receptividade por tornar sua casa também a casa de todos os cervejeiros da AcervA e, em especial, da Vinil e do Clube do Lp. Você tem até o dia 23 desse mês para se despedir do Frei Tuck e, no dia 21, acontecerá o último dia do Clube do Lp por lá. A Vinil levará a sua cerveja de inverno, a Hurricane - Imperial IPA.
Agende-se e volte de taxi!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Rótulo da Cervejaria Grimor ganha prêmio em excelência gráfica.

Cervejarias mineiras inovam ao lançar versões com ingredientes brasileiros e inusitados - Estado de Minas

Graziela Reis - Estado de Minas
Publicação: 10/07/2011 07:14 Atualização: 10/07/2011 07:35

 
"O objetivo é inovar sempre. O caminho para as cervejas especiais é este" - Ana Paula Lebbos, diretora de Marketing da Backer
As louras geladas que me perdoem, mas as cervejas especiais mineiras estão dando um banho de ousadia na concorrência e, por isso, ganhando clientela cativa e destaque no mercado. O estado, terceiro no ranking brasileiro da bebida artesanal com oito fabricantes, tem sido reconhecido no país e mesmo em outras regiões do mundo. Receitas criativas e originais é que têm feito a diferença e levado à expansão dos negócios. Já pensou em provar uma cerveja com jabuticaba, açúcar mascavo ou capim-limão?

A Falke Bier, instalada em um condomínio de Ribeirão as Neves, na Grande BH, é exemplo de cervejaria mineira que está registrando bons resultados até o colarinho. Sabores diferentes, como o da Vivre, que chega ao mercado no fim do mês e tem gosto de jabuticaba, levaram os sócios da empresa a partir para a ampliação. “Não temos mais para onde crescer”, afirma Marco Falcone, sócio e cervejeiro da Falke. Ele já está procurando um novo terreno, também nos arredores de Belo Horizonte, e planeja investir cerca de R$ 1 milhão na nova planta.

Falcone calcula quadruplicar a produção, que hoje está em 12 mil litros mensais, assim que a nova cervejaria estiver funcionando. Na unidade antiga, inaugurada há sete anos, será concentrada a fabricação da Vivre, que vai ser vendida por cerca de R$ 200, e da Monasterium, também especial, já disponível para os apreciadores da bebida no mercado, e que sai por R$ 60, aproximadamente. Os preços, segundo Falcone, são justificados pelos diferenciais das receitas. Para ter ideia, a Vivre é feita com três grãos (malte de cevada, trigo e aveia). Depois de fermentada no tanque, ela é engarrafada e fica em maturação pelo período de dois a quatro anos, enquanto ganha acidez. Só após esse prazo que é retirada da garrafa e volta para o tanque, quando entram novos ingredientes: mais levedura e a frutose, que é da jabuticaba e confere o aroma e o sabor da fruta à bebida. “É uma cerveja no estilo sour ale and fruit bier e tem mesmo gosto de jabuticaba”, explica Falcone, que também é diretor do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (Sindbebidas-MG). A produção da Vivre, lançada nacionalmente durante a Feira Brasil Brau, em São Paulo, será limitada em 1,2 mil garrafas ao ano.

O chope Falke (pilsen, red baron e Ouro Preto) e as outras opções que já são oferecidas em garrafas (Ouro Preto e Índia Pale Ale Estrada Real) vão passar a ser produzidos na segunda planta da Falke. Outras novidades que vão entrar no cardápio da cervejaria até o fim do mês, junto com a Vivre – Diamantina (estilo bohêmia pilseler da República Tcheca), Vila Rica (estilo dry stout da Irlanda) e Estrada Real Weissbier (de trigo, alemã) –, também deverão ser direcionadas para a nova unidade da Falke.

Sabores diversos

As outras cervejarias mineiras especializadas no segmento premium, a Três Lobos (que produz a Backer) e a Krug (responsável pela marca Áustria), também não param de lançar novidades em estilos bem diferentes do seguido pela tradicional loura gelada, a pilsen produzida em escala mais comercial no país. Na Backer a criatividade impera. A cervejaria, que inovou ao lançar a Brown (cerveja com aroma de chocolate), agora prepara uma nova série, a Extreme, com opções no estilo americano – a Três Lobos (american pilsen com açúcar mascavo), Pele Vermelha (imperial india pale ale com raspas de laranja- da-terra), Exterminador de Trigo (wheat beer com capim-limão) e Bravo (imperial porter maturada em barris de umburana normalmente usados no envelhecimento de cachaça).

Segundo a diretora de Marketing da cervejaria, Ana Paula Lebbos, as novas versões chegam ao mercado no fim do mês e vão custar a partir de R$ 7. “O objetivo é inovar sempre. O caminho para as cervejas especiais é este”, afirma. Ela acredita que as cervejarias do estado têm se destacado porque acabam refletindo em suas bebidas a tradição mineira de bem receber e bem cozinhar. “As empresas daqui já chegam com um pé na frente”, reforça. Prova do que ela diz pôde ser conferida no resultado do South Beer Cup. A Pele Vermelha, antes mesmo de ser lançada, conquistou a medalha de bronze do campeonato sul-americano da bebida.

Hoje, são produzidos cerca de 180 mil litros de Backer por mês. Em 2010, quando a fábrica que fica no Bairro Olhos d’Água, em BH, recebeu investimentos de cerca de R$ 500 mil para expandir sua capacidade para 240 mil litros mensais, as vendas da cerveja cresceram 12,5%. Para este ano, a expectativa é manter o crescimento de dois dígitos, entre 10% e 15%.

Palavra de especialista - Paulo Schiaveto mestre-cervejeiro e consultor

Em busca do estilo nacional

“Vejo com muito bons olhos este movimento de inclusão de novos ingredientes nas cervejas produzidas em Minas. É a partir desse tipo de experiência que poderemos chegar a um estilo genuinamente nacional. Há muitos produtos, de frutas a madeiras, que podem ser acrescentados e resultar em novos sabores. A Vivre, de jabuticaba, é uma tripel com fermentação feita com bactérias lácteas. E é um pouco mais ácida, o que combina com a fruta. Ela tem um frutado típico, como se fosse um vinho de jabuticaba. A cerveja é realmente interessante. Esse tipo de experiência ousada agrega valor ao produto. Mais um ponto para a cervejaria artesanal mineira, que vem firmando sua força no mercado nacional por apresentar não só quantidade, mas também qualidade.”

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Ajuda veio do alambique

Experiência e pesquisa científica em Minas Gerais têm como meta criar uma levedura tipicamente brasileira

Leveduras

A busca por uma levedura tipicamente brasileira de cerveja rendeu uma experiência e uma pesquisa em Minas Gerais. No primeiro caso, o cervejeiro caseiro Felipe Viegas, da Taberna do Vale, produziu quatro receitas a partir de amostra de fermento utilizado na produção de cachaça. Enquanto isso, o Laboratório de Biologia Celular e Molecular da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) inicia estudo que deve durar dois anos e terá participação de Marco Falcone, da cervejaria mineira Falke Bier.
Das quatro receitas testadas por Viegas com a amostra de fermento, a primeira, uma pale ale, não prosperou, segundo ele. As demais, sim. "Fizemos uma Hefe Weizen. Ficou com aromas de pera e casca de maçã, mais seca que a weiss tradicional da Baviera e com alta carbonatacão."
A ela seguiram-se uma weizenbock com 8% de álcool e notas de ameixa seca e passas e uma doppel witbier chamada Mariwit Gran Cru, com aromas de pêssego e damasco. Elas ganharam a terminação "das Minas Gerais" para designar o uso da levedura de cachaça. A próxima experiência deve ser em uma barley wine.
O desafio, agora, é avaliar como a cerveja se comporta armazenada por períodos mais longos - ele está fazendo degustações das amostras mês a mês.
"As famosas leveduras alemãs, belgas, inglesas, surgiram assim. A ideia é mostrar que podemos fazer boas cervejas com levedura brasileira. E a mineira tem pedigree, uai", diz Viegas.
Há, porém, ressalvas à iniciativa. "Ele (Viegas) ousou e teve excelentes resultados. Mas o fermento utilizado não tem ainda o grau de seletividade das leveduras de cerveja, portanto não podemos precisar o resultado da próxima fermentação, como quando se utiliza levedura já consagrada", diz Falcone. Segundo ele, a pesquisa da Ufop, coordenada pelo professor Rogélio Brandão, deve tentar ter mais rigor científico.
Entre testes e pesquisas com a levedura da cachaça, outra cervejaria mineira, a Wäls, também buscou "tempero" proporcionado pelo destilado a uma de suas receitas. De inspiração belga, a Wäls Quadruppel leva na produção chips de carvalho que foram embebidos em cachaça, dando notas da bebida à cerveja.

Fonte: Estadão

segunda-feira, 4 de julho de 2011

CARTA DE FLORIANÓPOLIS.

Em anexo esta a “Carta de Florianopolis”, ela foi feita a partir da palestra do Deputado Federal Jeronimo Goergen, PP/RS, relator da lei do Simples, que esta apoiando a inclusão das micros cervejarias no SIMPLES. Ela foi deita por uma comissão de 15 pessoas e aprovada por todos.

"As Microcervejarias e cervejeiros caseiros, reunidos no 6º Encontro Nacional de Cervejas Artesanais, nos dias 23 a 26 de junho de 2011, na Cidade de Florianópolis, querem se manifestar sobre a alta tributação do setor:
Nos últimos 8 anos vivemos o renascimento das cervejas artesanais no Brasil. Hoje, o País tem mais de 200 microcervejarias espalhadas por todo o Brasil.
As microcervejarias se caracterizam por produzir cervejas regionais, em pequenos volumes, muitas vezes refletindo a cultura da região e explorando sabores e estilos que não são produzidos pelas grandes indústrias cervejeiras.
Estamos vivendo o renascimento desta cultura no Brasil, inclusive criando uma nova escola cervejeira que já é reconhecida no mundo pela sua qualidade. Isso é resultado do trabalho e dos investimentos das microcervejarias e dos cervejeiros caseiros que colocaram o nosso país no mapa das cervejas artesanais de qualidade. Isso é comprovado pelo reconhecimento internacional, nos últimos anos, através dos vários prêmios conquistados nos cinco continentes pelas cervejarias artesanais brasileiras. Ou seja, o Brasil está sendo reconhecido pela qualidade das suas cervejas – principalmente pelas artesanais.
Entretanto há um paradoxo: o setor enfrenta um grande desafio para se manter e até se expandir, que é a tributação. Hoje 2/3 do preço de uma cerveja artesanal é composto por tributos. Como a estrutura das microcervejarias é a de pequenas e micro empresas, não tendo ganho em escala, o empreendimento se torna inviável.
Para se ter uma idéia do que representa essa carga tributaria, se uma cervejaria produzir 10.000 litros por mês, ela paga de tributos o referente a 6.000 litros, sobrando 4.000 litros para pagar matéria-prima, funcionários, instalações, remuneração do investimento, etc.. o que torna inviável o negócio.
Na microcervejaria, os custos de matéria-prima são muito mais elevados do que nas grandes cervejarias, pois aquelas se utilizam apenas de materiais de qualidade, adquiridos em pequenas quantidades e quase sempre importadas, já que os nacionais são monopolizados pelas grandes empresas do setor.
Apesar de as microcervejarias se enquadrarem perfeitamente como micro empresas e empresas de pequeno porte, elas são impedidas de optarem pelo Sistema Tributário “SIMPLES”, da mesma forma que as distribuidoras de cerveja, prejudicando mortalmente a sua sobrevivência financeira.
Hoje o mercado das cervejas artesanais não ultrapassa 0,04% do total das cervejas vendidas no país, ou seja, um beneficio fiscal não representaria perda de arrecadação, pelo contrario, iria incentivar o setor a aumentar a produção. O exemplo é o Estado de SC que, apesar de reduzir a alíquota de ICMS, arrecadou R$ 336.000,00 de ICMS no ano de 2006 e já no ano de 2010 atingiu a cifra de R$ 800.000,00.
Outro forte argumento é a empregabilidade. As pequenas cervejarias geram muito mais postos de trabalho que as cervejarias de grande porte. Enquanto em uma microcervejaria é gerado um emprego para cada 50.000lts produzidos por ano, nas grandes cervejaria é gerado um emprego para cada 1.000.000 de litros ano.
Alguns olham o setor de forma equivocada, achando que conceder benefícios fiscais significa incentivar a bebida alcoólica, um produto politicamente incorreto. Mas é importante frisar que as microcervejarias não estimulam a ingestão de quantidade, e sim de qualidade, fato similar que ocorre com a indústria do vinho. A cerveja artesanal é, em geral, mais cara que uma cerveja comum porque seus custos de produção são diferentes, o que cria uma barreira natural ao consumo em grande quantidade.
As microcervejarias estão gerando uma cultura cervejeira no Brasil, retomando a história que foi interrompida há algumas décadas quando os grandes grupos adquiriram as pequenas cervejarias. As microcervejarias artesanais proporcionam o incremento da indústria do entretenimento, hoteleira, gastronômica, turística, etc. Muitas cidades têm orgulho de terem uma microcervejaria hoje em dia.
Não há como contestar que a cerveja tem acompanhando a humanidade há mais de 6.000 anos, tratando-se da terceira bebida mais consumida no mundo – atrás da água e do chá - mas é considerada como alimento, devido ao seu alto teor de carboidratos, sendo por isso intitulada pão líquido.
Ao contrário das grandes cervejarias, as microcervejarias têm sua produção artesanal, algumas com estrutura familiar, personalizadas, com a criação e desenvolvimento de estilos e receitas próprias.
Outra diferença é a variedade de sabores e tipos de bebida oferecidos pelas microcervejarias. Trata-se de produto único, que tem um público específico voltado à gastronomia, além de fomentar a economia e promover a geração de empregos, pois a relação pessoal empregado pelo volume de produção é muito superior nas microcervejarias.
O setor das Cervejas Artesanais também desenvolve o setor da indústria de equipamentos, distribuição e revenda de bebidas, além da criação de cursos profissionalizantes de técnicos cervejeiros, mestres cervejeiros, beersomelier, etc. Ou seja, existe uma grande cadeia econômica beneficiada.
Sabemos que o mundo da Cerveja Artesanal é desconhecido para uma grande maioria das pessoas do nosso País, mas para desenvolvê-lo com qualidade é necessário a redução da carga tributária. Para a sobrevivência do setor, o primeiro passo seria a abertura da opção pelo regime do SIMPLES para o mercado cervejeiro (fábricas e distribuidores).
Pela importância econômica e cultural do setor, vimos por meio desta solicitar a atenção de vossas senhorias para que as Microcervejarias sejam incluídas no SIMPLES, para que assim possam ter uma carga tributaria justa."