quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Aos 60 anos, o bolachão não desiste

Achei por acaso este texto. Ele não é recente, é de maio de 2010, mas conta um pouco sobre a trajetória dos discos de vinil e sua indústria aqui no Brasil até esse ano em que foi publicado. Vinil ou CD, qual o melhor? Boa leitura!

Colecionadores, artistas e amor à tradição explicam sucesso dos discos de vinil


Por MAURICIO MONTEIRO FILHO, para o Portal Sesc

Para Ronoel Simões, o único som que interessa é o dos dedos de um solista sobre as cordas de um violão. Aos 91 anos, ele já tem tantas lembranças que se recusa a eleger alguma como a mais importante de sua vida. Mas é específico a esse ponto quando se trata dos timbres que o comovem. Tem que ser violão. Tem que ser de seis cordas. Tem que ser “pulsado a dedo”, como ele diz.

O apreço por esse tipo de música o motivou durante os 31 anos em que foi professor do instrumento, mas não o impediu de se tornar um rigoroso juiz de si mesmo. “Fui um guitarrista muito fraco. Não me dediquei ao violão, e por isso não me aperfeiçoei como solista”, afirma.

Ainda assim, ele não desistiu do dedilhado sobre as cordas de náilon ou aço. Pelo menos não como ouvinte. Desde 1953, na mesma casa onde vive até hoje, no bairro do Bexiga – berço do samba paulistano, a poucos quarteirões da sede da escola de samba Vai-Vai –, Ronoel realiza concorridos saraus, onde quem brilha são justamente os violonistas. No andar de baixo da residência, especialmente aos sábados, revezam-se antigos e novos talentos do instrumento, que não passam despercebidos aos ouvidos calibrados do dono da festa. “Tem um mocinho de 18 anos que vem aqui que tem a música no sangue. Toca com finura”, diz.

Os saraus continuam acontecendo até hoje, mas o maior legado de Ronoel tem muito mais acordes do que os desferidos durante esses encontros. Tamanha fixação pelo violão o levou, “por acidente”, a acumular um acervo de cerca de 7 mil discos de vinil, com apenas músicas que se enquadram nessa categoria. “Quando vi, já tinha bastante”, simplifica ele.

Seu arquivo de LPs acabou por torná-lo o maior colecionador do tipo em toda a América Latina. Mas seu Ronoel não é um purista quando se trata dos veículos de sua música. Desde que seja um “violão sério”, como define, ele prefere até a comodidade e a limpeza do som do CD. Por isso, tem também nesse formato boa parte dos álbuns que possui em vinil.

Ele nem pensa, porém, em se desfazer de seus velhos bolachões, nada práticos e cheios de chiados, pois sabe que é a coleção de LPs – e não a de CDs – que ganhou reconhecimento nacional e internacional. E é essa mesma a graça do disco de vinil: ocupa espaço, junta poeira, tem que trocar de lado em média a cada 30 minutos, mas sobrevive em meio aos tempos da música digital etérea e pirata dos MP3.

Muito mais que apenas uma mídia musical, um disco de vinil é uma expressão física do trabalho do artista, que começa nas capas e nos encartes. E, seja como símbolo de tempos mais felizes da indústria fonográfica, seja como passaporte para o mundo cool ou como pura teimosia de colecionadores obcecados, esse artefato ultrapassa os 60 anos de idade como uma realidade. E parece pronto para durar mais algumas décadas.

Retomada

As razões desse fenômeno são difíceis de explicar precisamente. O certo é que a indústria do ramo se deu conta dele e, no final de 2009, mostrou que o vinil pode ser um investimento rentável. Não dá para dizer, é claro, que, sozinho, ele conseguirá fazer frente às perdas causadas pela pirataria. Mas poderá amenizar os danos.

Em relação a 2008, as vendas de LPs nos Estados Unidos em 2009 cresceram 35%. Até novembro, 2,1 milhões de unidades haviam sido comercializadas por lá. No Brasil, lojas que trabalham com várias mídias registram ganhos maiores com a venda de vinis que com os formatos mais modernos.

Eric Crauford está imerso em discos desde que tinha 9 anos. Começou sua coleção comprando um de Elvis Presley, quando ainda morava em Londres. Chegado ao Brasil em 1972, ele contabiliza cerca de 50 mil vinis, contra apenas 80 CDs. As vedetes de seu arquivo são álbuns de rock’n’roll das décadas de 1950 e 60 e trilhas sonoras de filmes. Só nessa prateleira, ele tem 15 mil unidades.

Não contente com a coleção particular, Eric é dono de uma das mais tradicionais lojas do gênero em São Paulo, a Eric Discos, no bairro de Pinheiros. O negócio tem 32 anos de vida e 80% dos ganhos vêm da venda de discos de vinil.

O inglês, porém, pode se considerar um sobrevivente do ramo. Quando surgiu o CD, em meados da década de 1980, o comércio de vinis sofreu uma forte baixa. “Houve uma queda de 50% no mercado de LPs. Foi um momento ruim, e eu aguentei pela tradição que conquistei e pelos fregueses não só no Brasil”, relembra. Nesse período, que durou pelo menos dez anos, ele viu vários negócios do segmento fecharem as portas.

Hoje, acredita que o mercado se reaqueceu. “O vinil está voltando”, afirma. Ele acaba de chegar de uma de suas viagens frequentes ao continente natal, onde recarrega sua coleção e o estoque da loja. “A Europa está fabricando bastante. Sempre há relançamentos nesse formato”, aponta.

Estratégias como essa, de recolocar no mercado discos clássicos em vinil, são um dos trunfos das grandes gravadoras para estimular o mercado. A EMI lançará, em 2010, toda a discografia do grupo Legião Urbana em LP. A Sony não ficará atrás, inovando com a coleção intitulada oportunamente de “Meu Primeiro Disco”, que trará os álbuns de estreia de João Bosco e Chico Science & Nação Zumbi, entre outros, no formato.

Outro subterfúgio das gravadoras para aumentar a atração dos discos de vinil é investir em gramaturas superiores. Enquanto o peso das bolachas pode ser até de menos de 100 gramas, os grandes selos têm lançado versões de 150, 180 e até 200 gramas. Isso criou uma ilusão de que, nesse caso, peso é, sim, documento: quanto maior a densidade, melhor seria o resultado final em termos de qualidade sonora. Logo, esses produtos seriam um prato cheio para os ouvidos atentos dos audiófilos. “Isso é um comprovado mito. A rigor, a gramatura não influi em nada na qualidade, uma vez que a profundidade e a largura dos sulcos serão sempre as mesmas. Apenas o manuseio desses discos é muito mais legal que o dos normais”, afirma João Augusto, sócio da empresa Polysom.

Mas o grande pivô comercial do vinil ainda são os sebos. Nessas lojas de usados, os discos menos cobiçados ou em mau estado podem ser encontrados por pechinchas de R$ 1, enquanto outros mais bem conservados podem superar os R$ 100. Para raridades, como edições originais importadas dos Beatles, o céu é o limite. Entre os discos brasileiros mais procurados atualmente estão obras antigas dos Mutantes, de Gal Costa e de Caetano Veloso.

Os sebos do Brasil estão inseridos também numa rede global de troca de discos. O país atua nesse segmento, como em tantos outros, como fornecedor dos países ricos. Consumidores e comerciantes americanos, europeus e, especialmente, japoneses visitam os sebos nacionais em busca de gêneros tradicionais de música brasileira como a Bossa Nova e a Tropicália. “Os japoneses limparam o mercado. É mais fácil encontrar LPs de Bossa Nova lá do que aqui”, diz Crauford.

Alguns segmentos da crítica especializada parecem concordar com o otimismo do inglês quanto aos bons ventos do mercado de bolachões. Para Daniel Vaughan, repórter de música do portal R7, já existe um ressurgimento do vinil. E esse processo só não é mais democrático porque ainda exige investimentos altos por parte dos consumidores. “Devido à importação, tanto discos como vitrolas custam caro. O governo tem de baixar os impostos dos discos. E as gravadoras estão marcando bobeira: deveriam brigar por isso e então lançar um catálogo que tem tudo para vender aqui e no exterior”, afirma ele.

Vaughan, como a imensa maioria dos apreciadores de vinil, também é colecionador. De acordo com ele, atualmente seu acervo está bem menor do que já foi, depois de uma limpeza. Mesmo assim, sua coleção conta com 4 mil discos. “Hoje só fico com aqueles que ouço e de que gosto muito. Não me apego mais só pela raridade ou para deixar guardado, fazendo volume. O que mais tenho comprado são edições novas de clássicos do rock e LPs de bandas mais recentes. Cada álbum adquirido é um orgulho”, conta.

E, no caso dele, o gosto pelos bolachões não parou em seu acervo pessoal. Há cerca de um ano, por sugestão de um amigo que sabia do hobby, ele lançou um blog para se dedicar ao tema, com o autoexplicativo nome de Viva o Vinil. “Depois que iniciei o veículo, vi como as pessoas curtem os LPs. Pessoas de todas as idades, com gostos totalmente variados”, diz.

Renascimento

Outro grande responsável pelo fôlego novo do mercado brasileiro do vinil foi a reabertura de um autêntico patrimônio industrial nacional, que tinha encerrado suas atividades em 2007. Inaugurada em abril de 1999, a Polysom, fábrica de discos de vinil localizada no município de Belford Roxo (RJ), reinou sozinha no mercado por anos, movida basicamente pela demanda gerada pelas igrejas evangélicas, até que uma queda nas vendas e problemas técnicos levaram a empresa a fechar as portas.

Com isso, formou-se uma verdadeira legião de órfãos do vinil, que passaram a depender totalmente de importações. Atentos a esse público fiel e antenados com o crescimento desse mercado na Europa e nos Estados Unidos, os proprietários da gravadora carioca Deckdisc adquiriram a Polysom. Novamente em atividade desde o início de 2010, a fábrica é a única que produz LPs em toda a América Latina.

“Com capacidade inicial instalada de 28 mil LPs e 12 mil compactos por mês, a Polysom já tem planos, se tudo correr bem, de ampliar essa produção, que pode facilmente triplicar sem perda de qualidade. A empresa está sendo reativada em condições ideais para isso”, afirma João Augusto.

A reabertura da Polysom trouxe à tona um vocabulário industrial próprio, que parece cheio de palavrões perto da praticidade do CD, que pode ser facilmente reproduzido nos computadores pessoais dos consumidores. Mas, como tudo no vinil, parece ser justamente a complicação que torna o processo mais atraente.

O passo inicial na confecção de um bolachão é gerar um primeiro disco de acetato a partir da gravação. Dele, surgirão as matrizes que, num complexo ritual que envolve galvanoplastia, prensagem e acabamento, vai dar à luz os LPs, a partir de uma mistura de substâncias em que predomina o PVC. Tudo isso realizado por máquinas antigas – como prensas, compressores e motores –, algumas das quais nem sequer seguem sendo produzidas, e que tiveram que ser recuperadas para a reabertura da Polysom.

Todo esse esforço se justifica pela oportunidade. De acordo com João Augusto, estimativas dão conta de que há apenas 30 fábricas de vinil em todo o mundo. “Acho muito pouco, com a dimensão que se poderá alcançar se, por exemplo, aspickups voltarem a ser popularizadas”, analisa. “Estamos certos de que existe uma demanda, embora saibamos também que uma fábrica de discos passa longe de ser uma atividade lucrativa. Mas acho que conseguiremos atender o Brasil e mais a Argentina e o Chile, países onde o vinil é idolatrado.”

Há, porém, obstáculos no horizonte. O maior deles é o mesmo que esmaga o poder de compra da população brasileira: a carga tributária. É dela a culpa pelos altos preços finais dos discos produzidos por aqui. “O que faz o vinil brasileiro ser tão caro é uma das mais selvagens malhas de impostos do mundo. Para se ter uma ideia, 70% do custo final do produto são impostos, que começam na aquisição de matérias-primas”, queixa-se João Augusto. Por conta disso, o empresário projeta que os discos produzidos pela Polysom serão mais baratos que os importados, mas bem mais caros do que gostaria que fossem.

Os primeiros lançamentos previstos são títulos de quatro artistas representados pela própria Deckdisc: “Cinema” (Cachorro Grande), “Onde Brilhem os Olhos Seus” (Fernanda Takai), “Fome de Tudo” (Nação Zumbi) e “Chiaroscuro” (Pitty).

Lado B

Na contramão da euforia causada pela reabertura da Polysom e pelo aumento das vendas de vinis, Paulo Cavalcanti, editor da versão nacional da revista “Rolling Stone”, traça um panorama sombrio para o futuro do mercado de LPs. Paradoxalmente, ele também é um colecionador de discos. Seu primeiro álbum foi adquirido quando ainda era criança, com o próprio dinheiro, em 1969. Mas, há cerca de 20 anos, reduziu bastante o volume de compras de LPs. Não por acaso, foi nessa época que o CD começou a se popularizar.

Sua coleção ainda dispõe de 2 mil LPs. “Tenho algumas coisas legais. Mas parei de contar. Hoje, pego algumas gravações específicas para digitalizar”, conta Cavalcanti. Desde que freou as compras de vinis, canalizou os investimentos para CDs, e atualmente tem um acervo de mais de 10 mil títulos nesse formato.

Aos ouvidos de um aficionado de LPs, essa declaração pode soar como uma heresia. Mas Cavalcanti sustenta que ela deriva de uma visão pragmática das coisas. “Tenho 47 anos. Passei por tudo isso [o apogeu do vinil e o advento do CD]. Quem defende a volta do vinil é gente jovem, que não tem essa lembrança. O LP não é prático, além de ser custoso”, dispara. E completa: “Estou nas ruas. Não ouço nenhum ser humano normal dizer que vai comprar vinil. Não estou falando de rato de sebo. Pessoas com quem você tromba no metrô, com quem toma café, não estão comprando. Não gastam seu escasso dinheiro nisso.”

A avaliação de Cavalcanti parte da ideia, procedente, de que o vinil é coisa para poucos. De fato, somente a aquisição da parafernália necessária para a audição de discos – uma vitrola em bom estado, agulhas e boas caixas de som, sem mencionar discos bem conservados – significa um alto investimento, com que o brasileiro médio não tem condição de arcar. Isso gera uma elitização dos apreciadores desse formato.

E é justamente por isso que ele defende o CD. Em sua opinião, essa mídia permitiu uma democratização que os bolachões não conseguiram promover. Aliás, uma grande parte do culto atual ao vinil se deve à sua inacessibilidade. Com o boom do CD, aquelas bandas toscas de garagem que viravam verdadeiros mitos porque só tinham algumas poucas gravações em vinil passaram a estar ao alcance de todos.

Cavalcanti também é impiedoso ao lembrar a origem da grande maioria dos LPs que estão hoje disponíveis em sebos. “Quando chegou o CD, todo mundo se livrou de seus vinis, vendendo-os por até R$ 1. Hoje, estão recomprando esses discos por R$ 50, porque é chique tê-los”, afirma. Diante desse quadro, vaticina: “Os bolachões não vão voltar de jeito nenhum”.

Ouvido relativo

Seu Ronoel não tolera o som do plástico das palhetas contra as cordas do violão, mas prefere a limpeza do som do CD aos chiados do vinil. Enquanto isso, Eric Crauford afirma que os LPs produzem um som mais forte e puro.

Se não há acordo sobre o ressurgimento do vinil em termos de mercado, maior é a controvérsia quando se trata da comparação entre a qualidade acústica dos bolachões e a dos CDs. E, às vezes, há muito mais paixões pessoais do que ciência em jogo nesse campo. “Isso de o vinil ter som melhor não existe. O único som real é o da fita master[gravação original, a partir da qual são feitas as reproduções, seja em vinil, seja em CD]”, afirma Cavalcanti.

João Augusto defende uma visão oposta. “Um LP que teve o acetato bem cortado, as partes metálicas bem produzidas e a prensagem feita dentro dos padrões básicos tem o som infinitamente melhor do que qualquer MP3 ou coisa que o valha, porque não há compressão do som por processos digitais binários. No vinil, a sonoridade conserva uma profundidade que se perde claramente nos formatos digitais”, explica.

Se é discutível o papel da qualidade acústica como fator definitivo na sobrevida dos LPs, outros elementos podem explicar sua persistência. “A volta do vinil não tem a ver com saudosismo ou militância apenas. Há uma mística em colocar um LP para tocar. E os projetos gráficos ficam muito mais bonitos e elegantes em 31 x 31 cm [tamanho das capas de discos de vinil] que em 12 x 14 cm [medidas dos encartes de CDs]”.

Daniel Vaughan segue o mesmo raciocínio. “O vinil não é feito só para ouvir. Você tem toda uma arte envolvida no formato: som, capa, encarte, cores. Ele chama a atenção dos colecionadores.” Dessa forma, conquistando e reconquistando públicos por suas perfeições e imperfeições, o disco de vinil vem sobrevivendo como peça de museu nas estantes tanto de seus detratores como de seus apreciadores. Como um paradoxo feito de acetato e nostalgia, tão antiquado quanto sedutor, que se recusa a ser ultrapassado pela história.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Microcervejaria Bamberg completa 7 anos

FOTO: João Becker

Localizada em Votarantim, SP, a microcervejaria liderada por Alexanre Bazzo completa hoje 7 anos de boas cervejas. Leia o texto comemorativo diretamente do blog oficial da micro.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Copos de Cerveja: uma seleção de exóticos!

Confiram uma seleção de 6 copos estranhos feita por Roberto Fonseca e publicado no Blog do Bob do Estadão.com

1) MONGOZO COCONUT

O “copo” da Mongozo. Com dois, dá até para tirar um sonzinho (Foto: Felipe Rau/Estadão)

OK, a Mongozo Coconut, que, como sugere o nome, leva coco na composição, é bem “exótica” – a presença do ingrediente pesou demais na receita. Mas não dá para negar que o coquinho chama atenção na mesa ao lado. Ainda tem uma base de fibras trançadas para sustentá-lo. Não sei bem como deve ser feita a higienização do recipiente.

Ideal para: quem aprecia exotismo ou festas temáticas dos anos 80.


2) ROGUE CHIPOTLE

A taça da Rogue Chipotle. Calma que não é peiote (Foto: Felipe Rau/Estadão)

Taça “temática” para a receita da cervejaria norte-americana que leva pimentas Chipotle na composição. A cerveja até é interessante. O recipiente, porém, parece mais com aqueles destinados a margaritas.

Ideal para: festas temáticas mexicanas ou para aquele sujeito fã dos anos 80 que já se interessou pelo coquinho acima.


3) DIABOLICI
Taça da Diabolici: é para lavar só a parte de vidro, hein? (Foto: Felipe Rau/Estadão)

A avaliação do Ratebeer para a cerveja não me animou muito a comprá-la, mas o desenho da garrafa e, principalmente, do copo são bastante chamativos.

Ideal para: pessoas sem tendências desastradas (a “ampola” de vidro desliza com facilidade), fãs da temática medieval ou colecionadores de itens diabólicos.


4) DIVINA WEISS
Copos da Divina Weiss: meu garoto, meu pai pai (Foto: Felipe Rau/Estadão)

Despejar o fermento do fundo da garrafa no copo ou deixar dois dedos de líquido na garrafa? A dúvida vem à mente no caso de algumas cervejas belgas – há casos em que há recomendação direta no rótulo para que a levedura do final não seja misturada. A Hopus, por exemplo, colocou no mercado um copinho para ser levado à mesa ao lado do recipiente “original”. Assim, o fundo da garrafa é despejado nesse copinho e fica a cargo do degustador ingeri-lo ou não. A Divina Weiss, cerveja de trigo que leva guaraná na composição, usou o mesmo conceito. O copinho no formato de “joão bobo” escolta a versão grande para receber a parte mais turva do líquido. Mas não se empolgue a ponto de dar um peteleco no copinho; ele não vai voltar e você tende a molhar a mesa.

Ideal para: quem não é fã de leveduras no fundo da garrafa ou está à mesa com um amigo e quer fazer piadas (de gosto duvidoso) sobre o quanto cada um vai tomar da cerveja. Algo como: “Você, que está de regime, vai ficar com o copinho!”


5) KWAK

O copo da Kwak com base de madeira: quero ver conduzir uma carruagem após alguns destes… (Foto: Felipe Rau/Estadão)

O mais clássico dos exóticos. Reza a lenda que ele foi criado por um dono de taberna para atender os condutores de carruagem que não podiam entrar e tomar sua cervejinha – falta de vagas em Zona Azul ou a obrigação de esperar a “madame” e o “doutor” na porta? As carruagens tinham suportes parecidos com este de madeira de foto acima para segurar os copos. Bom caso de coincidência entre bom recipiente e boa cerveja.

Ideal para: fãs da cerveja belga, condutores de carruagem – os que ficam em cima dela – ou artistas organizadores de corrida de carruagem na Marginal do Rio Pinheiros. Também pode ser tomada vendo o filme “Carruagens de Fogo”. Alguma outra ideia envolvendo carruagens?


6) DADO BIER ILEX

A cuida da Dado Bier Ilex: mas não é para meter a bomba, tchê! (Foto: Roberto Fonseca/Arquivo Pessoal)

Um pecado mortal ter esquecido deste bravo concorrente a copo mais exótico, ainda mais porque eu o tinha na minha cristaleira. Antes que eu seja impedido de entrar no Rio Grande do Sul, ou pior, no Bierkeller, corrijo esta falha. Trata-se da cuia de vidro, similar à de chimarrão, criada para a Dado Bier Ilex, uma lager que leva, adivinhem? Sim, erva-mate.

Ideal para: gaudérios em geral (no sentido regional do Rio Grande do Sul, hein?) e fãs de copos com couro, como o da Grozet Gooseberry & Wheat Ale, da Williams Brothers (Escócia).

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Faz sentido uma fabricante de cervejas valer mais que uma petrolífera?

Por Por Felipe Moreno para Info Money

Ambev tem uma gestão extremamente eficiente e na petrolífera ocorre o contrário, acredita analista

SÃO PAULO - A Ambev passou a Petrobras em valor de mercado na última quinta-feira (22). Pela primeira vez, a companhia de bebidas supera a petrolífera e se torna a empresa mais valiosa do Brasil, com um valor de mercado de R$ 248,76 bilhões, contra R$ 247,20 bilhões da estatal no fechamento desta quarta-feira (21).

Embora a petrolífera tenha passado a companhia novamente no pregão seguinte, atingindo valor de mercado de R$ 251,10 bilhões contra R$ 247,71 da fabricante de cervejas, esse movimento gerou uma dúvida em diversas pessoas: faz sentido uma companhia que fabrica cervejas pode valer mais que um colosso do petróleo? "Se você olhar o business, não faz sentido nenhum, é um paradoxo muito grande", afirma Carlos Müller, analista da Geral Investimentos.

O próprio analista, porém, ressalta que é a diferença de management que garante essa mudança. "Mas faz sentido na medida em que a Ambev tem uma gestão muito mais qualificada", diz. A diferença portanto, reside nos dois grupos que controlam as companhias: os ex-banqueiros do Garantia, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles de um lado e o governo brasileiro de outro.

"Toda essa ingerência do governo, toda essa politicagem por trás da Petrobras, o mercado penaliza, ainda mais no cenário de incertezas que a gente tem hoje", avalia.

Crescimento é importante
O mercado olha principalmente para os resultados das companhias. Nesse cenário, importante ressaltar que o lucro da fabricante de cervejas foi a metade do da petrolífera: R$ 5,56 bilhões da Petrobras contra R$ 2,50 bilhões da Ambev. Mas se comparados com o mesmo período do ano passado, percebe-se o que o mercado está olhando: enquanto a Petro viu o lucro cair 12,14%, enquanto a Ambev elevou em 52,46% os seus ganhos.

"É uma empresa que proporcionalmente gera mais resultado, e a Petrobras tem reduzido seus ganhos", afirma o analista. Se as coisas caminharem como estão andando, Müller acredita que não tardará para que a Ambev apresente ganhos maiores que a Petrobras.

É possível lembrar que enquanto a petrolífera é um colosso há décadas, a Ambev, hoje parte da líder mundial InBev, era apenas uma das empresas que disputavam a liderança do mercado nacional quando os banqueiros a assumiram. Desde então, a companhia original, a Brahma, fez uma série de fusões e aquisições até se tornar a maior produtora de cerveja do mundo.

Governo é um obstáculo?
Para Müller, o culpado dessa variação é a politicagem do governo - que mesmo se for de interesse da economia brasileira, conflita com o interesse dos acionistas. "Muitos setores estão sendo prejudicados pelo governo e o mercado vai fugir das empresas que correm esse risco, que é o caso da estatal", avalia.

Para ele, existe uma lógica bastante clara sobre esse movimento: os investidores deixam os papéis da Petrobras, empresa cheia de incertezas, e compram os da Ambev. "A Ambev tem uma gestão extremamente eficiente; a Petrobras é exatamente o oposto", diz. "E o mercado paga um prêmio por empresas como a fabricante de cervejas", avalia.

Enquanto o governo de Dilma Rousseff estiver utilizando a Petrobras para estimular a economia nacional e controlar a inflação, essa situação deve perdurar. Mesmo assim, o grande mérito pertence à fabricante de cervejas, que provou que pode, sim, se tornar a empresa mais valiosa do Brasil ao passar a petrolífera.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Estamos literalmente no Ar

Confira a matéria da revista de bordo da Gol, Linhas Aéreas. Foi muito bem escrita por Cacá Amadei com fotos de Claus Lehmann. Publicamos aqui o texto completo com apenas algumas fotos. Para ler, clique sobre o texto abaixo e boa leitura!

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Hoje é o dia da cerveja Stout

Pint característico da cerveja Guinness, uma dry stout.

Um brinde a esse estilo "forte" de cerveja! 

As suas variações são: Irish Stout, Imperial Stout, Dry Stout, Oatmeal Stout (com aveia), Chocolate Stout, Coffee Stout, Oyster Stout (com ostras) e a Porter, embora esta última possa ser classificado como um estilo diferente.

O copo ideal vai do tradicional Pint, indicado para uma Dry Stout, as taças tipo Sniffer, mais indicadas para variações mais alcoólica, como uma Russian Imperial Stout.

O Sniffer é o mais parecido com uma taça de conhaque, ideal para capturar os aromas de cervejas fortes.

Mineiros criam a primeira cerveja de cana do mundo

Cervejaria Wäls vai incluir tradicional ingrediente da cachaça no processo de fabricação da bebida; primeiro lote terá apenas 2 mil litros à venda

Fonte: Klinger Portella - iG São Paulo
Divulgação: José Felipe e o irmão Tiago Carneiro, proprietários da Wäls

Terceira bebida mais popular do mundo - atrás apenas da água e do chá -, a cerveja vai ganhar uma cara tradicionalmente brasileira. Neste sábado, a cervejaria mineira Wäls, comandada pelos irmãos José Felipe Carneiro, 25, e Tiago Carneiro, 29, vai dar um toque tupiniquim à popular fórmula de água, malte de cevada, lúpulo e levedura, e acrescentar cana-de-açúcar na produção da “gelada”. É a primeira tentativa no mundo de inserir a matéria-prima da cachaça no processo de fermentação da cerveja.

O primeiro lote da produção da cerveja de cana, que chegará ao mercado com o nome de Saison de Caipira, estará sob a responsabilidade de uma das maiores autoridades na bebida do mundo. Garrett Oliver, da norte-americana Brooklyn Brewery, desembarca em Belo Horizonte no sábado para dar o pontapé inicial na produção da "cerveja mais brasileira de todas".

Mas o lote inicial será apreciado por poucos. Segundo José Felipe Carneiro, responsável pelo departamento de produção da Wäls, serão fabricados apenas 2 mil litros da fina cerveja de cana. “Aqui, nós não fazemos cerveja. Fazemos obra de arte”, diz José Felipe.

A projeção é de que a garrafa de 375 ml chegue ao consumidor final em dezembro, com o preço de R$ 18. A Saison de Caipira estará à venda nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Distrito Federal e na cidade de Goiânia.

Mas, para quem perder não der nem um gole nos 2 mil litros iniciais, a Wäls tem um alento. Passado o primeiro lote, a cervejaria mineira pretende manter a Saison de Caipira no portfólio, com uma produção de até 20 mil litros por ano. A Wäls estuda, inclusive, a possibilidade de exportar a cerveja de cana.

No gosto "gringo"

Para o sommelier de cervejas André Cancegliero, organizador do Beer Experience, a Saison de Caipira tende a cair no gosto, principalmente, dos norte-americanos. "Eles gostam dessas adições bem diferentes."

No mercado brasileiro, o especialista enxerga uma oportunidade para a cerveja de cana, mas diz que é "muito difícil acertar a mão" no primeiro lote de produção. "Será uma cerveja bem forte, bem doce", acredita.

"É uma cerveja de experimentação. Ninguém vai sentar no bar para tomar uma caixa dela", completa.

Produção à mineira

Para dar à cerveja o toque mais brasileiro da cachaça, a Wäls fechou uma parceria com o grupo mineiro Vale Verde, responsável pela produção de uma das cachaças mais tradicionais do país. Eles fornecerão à cervejaria um lote de cana-de-açúcar especial, com um dos melhores “brix” do mercado. O “brix” é um índice que mede o teor de sacarose da cana, que, no caso da Vale Verde, chega a 23%.

É este açúcar da cana da Vale Verde que será utilizado no processo de fermentação do caldo da Saison de Caipira. Para completar o caráter nobre da cerveja, Garrett Oliver promete trazer dos Estados Unidos um fermento especial utilizado nas bebidas da Brooklyn para dar o seu toque especial à cerveja de cana.

Segundo José Felipe, a Wäls investiu R$ 80 mil na produção do primeiro lote da bebida. Até o processo de moagem da cana será diferenciado. A cervejaria comprou um moedor de cana especial que será utilizado somente para a fabricação da cerveja. No primeiro lote, a Vale Verde vai fornecer 1 tonelada de cana para a Wäls. “A ideia é que essa cana se transforme em aproximadamente 400 litros de caldo.”

Esse caldo nobre será utilizado no processo de fermentação da cerveja. José Felipe explica que a bebida será no estilo Saison, típico do interior da Bélgica, que dá uma “certa liberdade” na manipulação dos ingredientes. As cervejas do tipo Saison tem aromas frutados, leve acidez e alta carbonatação.

O resultado da primeira cerveja de cana, claro, ainda é uma incógnita. Mas a expectativa é grande. “Esperamos um aroma muito frutado”, diz José Felipe. Mas, apesar do toque doce do caldo-de-cana, o teor alcoólico da Saison de Caipira deverá ficar entre 6% e 8%, acima dos 4% da cerveja tradicional.

Como, nas palavras de José Felipe, os lotes de cervejas finas da Wäls “evaporam em uma semana”, vale a recomendação: aprecie com moderação.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Cerveja brasileira tem até 50% de milho


Cevada

Cevada, lúpulo e água são conhecidos pela maioria das pessoas como as matérias-primas principais para a fabricação da cerveja.
Porém, o que poucos sabem é que o milho é um importante ingrediente da cerveja nacional e que pode estar presente em até metade de sua composição.
A conclusão é de uma pesquisa realizada no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP.
Os pesquisadores analisaram 77 marcas do produto, incluindo 49 produzidas no Brasil, e 28 importadas, fabricadas na Europa, Américas do Sul e do Norte e na China.

Caso outro cereal seja utilizado em maior proporção que a cevada, o produto deve ser chamado com o nome do vegetal predominante, como a cerveja de milho, por exemplo. [Imagem: Marcos Santos/USP Imagens]

Cerveja de milho

A legislação brasileira estabelece que parte da cevada pode ser substituída por adjuntos como milho, arroz, trigo, centeio, aveia e sorgo.
Porém, a substituição da cevada não deve ultrapassar 50%.
Caso outro cereal seja utilizado em maior proporção que a cevada, o produto deve ser chamado com o nome do vegetal predominante, como a cerveja de milho, por exemplo.
Os suplementos mais utilizados são o xarope e sêmola de milho e arroz.
"As cervejarias não são obrigadas a descrever detalhadamente todos os ingredientes existentes na cerveja e, normalmente, usam o termo genérico cereais não maltados, em vez da especificação de cada produto que a constitui," explica Sílvia Fernanda Mardegan, coordenadora do estudo.
Sílvia atestou que muitos fabricantes utilizam milho em substituição aos ingredientes originais da cerveja.
A receita original da cerveja foi instituída na Alemanha em 1516, quando se promulgou a Lei de Pureza da Baviera, criando um padrão do fermentado de cevada.

Análise de isótopos

O uso de isótopos estáveis do carbono possibilitou determinar a composição das marcas pesquisadas, uma vez que a análise isotópica é uma ferramenta importante na determinação da composição de origem de alimentos e bebidas.
"Por meio dessa ferramenta, pudemos constatar que o milho é um importante componente das cervejas brasileiras", explica Silvia.
Isso se deve ao fato de que diferenças no tipo de fotossíntese das plantas refletem em variações na composição isotópica do carbono.
Plantas como a cevada, principal constituintes da cerveja, apresentam ciclo do tipo C3, enquanto o milho é uma planta tipo C4, o qual é utilizado como adjunto em certas bebidas alcoólicas, uma vez que aceleram o processo de fermentação e reduzem os custos de produção.
"Com base nesses dados, descobrimos que, do total de cervejas pesquisadas, apenas 21 utilizam somente cevada. Por outro lado, os valores isotópicos de 16 cervejas brasileiras indicam a presença de aproximadamente 50% de milho em sua composição", conta Sílvia.

Cervejas artesanais puras

A partir dessa metodologia, a pesquisa desvendou uma substancial diferença entre as cervejas comerciais, produzidas em grande escala, e as estrangeiras e artesanais.
"O estudo concluiu que as marcas convencionais são compostas de uma mistura de milho e cevada, enquanto a maioria das pequenas cervejarias, que fabricam de maneira artesanal e têm uma produção limitada, parecem visar à produção de bebidas utilizando exclusivamente a cevada", conclui a pesquisadora.

sábado, 13 de outubro de 2012

Letícia, Alfredo e os discos de Vinil

Ontem, 12 de Outubro, o Clube do Lp teve o prazer de animar a festa de casamento de Letícia e Alfredo. O casal gosta tanto de lps que, tanto o nosso convite, quanto os biscoitos de chocolate que os convidados levaram pra casa eram no formato do disco de vinil!

Além disso, Alfredo também é cervejeiro caseiro. Os convidados puderam apreciar a cerveja Ola, no estilo Irish Ale, vencedora do concurso interno da Acerva Mineira de 2012. Mais 04 estilos de chope foram servidos no evento, todos da Taberna do Vale. Uma festa fantástica, sem a presença das grandes marcas industriais. Ponto para a Cultura Cervejeira de Minas Gerais!

Saúde e vida longa ao casal!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

A vez das mineiras

Crescimento. Festivais no mês de outubro ressaltam a valorização das cervejas artesanais mineiras, apontadas como de vanguarda por especialistas
Por ALINE GONÇALVES, para o Jornal OTEMPO em 05/10/2012

No Reduto das Cervejas, mais de 30 rótulos comercializados e servidos são de marcas mineiras: mercado impulsiona abertura de nova unidade. Foto de Douglas Magno

Quando os dias quentes anunciam a chegada do fim do ano e suas tradicionais festas, os fabricantes de cerveja comemoram porque é época de vender muito. Mas, para além das bebidas mais comerciais, uma parte desse mercado anda mais interessada em propagar outro tipo de consumo, faça chuva ou sol: trata-se dos cervejeiros que produzem aquelas feitas artesanalmente, produtos que conquistaram o mercado nacional e, atualmente, atingem seu melhor momento em Minas. 
Prova disso é a realização de dois eventos, num mesmo mês, que devem mobilizar o setor. O primeiro, o Festival de Cervejas Artesanais de Tiradentes, começa na próxima quinta-feira, na cidade histórica do Campo das Vertentes. Já a segunda edição do Uaiktoberfestt, inspirado no festival alemão, chega em Nova Lima no dias 19, 20 e 21.

"Esses eventos são fundamentais para a formação de um novo público. E eu digo com segurança: a pessoa que experimenta uma cerveja artesanal percebe que perdeu tempo de vida degustando as industriais, porque as artesanais são mais complexas e saborosas", defende o diretor do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (Sindibebidas-MG), Marco Falcone, ele mesmo cervejeiro profissional, sócio da Falk Bier.

Falcone conta que os eventos só foram possíveis após a projeção que o Estado conseguiu em âmbito nacional. "Minas não tem o maior número de produtores de cervejas artesanais, mas estamos na vanguarda porque produzimos o maior número de estilos. A ousadia é o nosso ponto forte", diz.

A diferenciação dos estilos é realmente um capítulo à parte nas cervejarias mineiras. A Inconfidentes, por exemplo, mais nova a conseguir autorização para produção em larga escala, já nasce congregando seis tipos distintos. "Nossa cervejaria é a junção de três grupos de produtores caseiros, Grimor, Jambreiro e Vinil. Temos ao menos 15 receitas de estilos diferentes, mas vamos começar lançando seis tipos, dois para cada marca", conta o empresário Fabrício Bastos.

Atualmente, dentre os estilos mais produzidos em Minas Gerais estão as que englobam o grupo das Ales, de alta fermentação com toques frutados, maltadas, lupuladas e, por isso, mais amargas (só nesse grupo há mais de dez subdivisões), que fazem uma evidente contraposição às brejas mais comerciais do estilo lagers, que congrega as pilsens, mais leves.

Mas, afinal, o que colocou o Estado nesse pioneirismo? Para Falcone, a difusão de pesquisas e de conhecimento histórico é uma das respostas (ele mesmo ministra, ao lado da jornalista Fabiana Arreguy, do programa "Pão e Cerveja", da CBN, um curso de beer sommelier, que já está em segunda edição). Segundo ele, os cervejeiros mineiros buscam resgatar as receitas tradicionais, além da criação de sabores próprios com ingredientes típicos. "Só para se ter ideia, por mais de 2.000 anos, a Europa consumiu cervejas com ervas. Mas as igrejas protestantes barraram isso para minar a força da Igreja Católica, que detinha as especiarias. O que nós fazemos é um trabalho de pesquisa e de redescoberta das cervejas", conta.

Nesse processo, Minas Gerais produz, hoje, rótulos, por exemplo, com toques de café, cacau, jabuticaba. Os produtores caseiros (termo dado pela Associação dos Cervejeiros Artesanais para designar os que não possuem autorização do Ministério da Agricultura para comercializar as bebidas) costumam ser ainda mais ousados, e, em eventos, apresentam bebidas com doce de leite e polvilho, por exemplo.

"As cervejas mineiras são tão boas como as importadas ou até melhores se pensarmos que elas não perdem sabor na viagem", reafirma o proprietário do Reduto da Cerveja, Daniel Cosendey.

Na visão do empresário Juliano Mello, proprietário do bar Rima dos Sabores, que comercializa diversos rótulos de cervejas artesanais, outra característica da personalidade do belo-horizontino tem interferido para o momento de ascensão. "Ao contrário do que falam, o mineiro não é conservador: ele gosta de novidade. Isso estimula que os cervejeiros busquem as novas receitas", acredita. A boa relação entre os cervejeiros é apontada por ele como outro ponto positivo. "O pessoal não amarra informação. Se alguém quer produzir sua cerveja em casa, todos os pequenos empresários vão estimular", diz.

 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Consumo de cerveja per capita por países

Paradoxo: o Brasil é o 3º maior produtor mundial de cervejas com 10,3 bilhões de litros por ano (fonte), mas ocupa apenas o 18ª posição no consumo per capita da bebida, como demonsta o gráfico acima, com 62 litros consumidos por habitante/ano. Fonte: e-malt.com

terça-feira, 2 de outubro de 2012

AcervA Mineira e MAPA


Acerva Mineira levando Cultura Cervejeira ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, MAPA.
Palestras sobre estilos e produção de cervejas feitas pelos membros Paulo Patrus, Humberto Ribeiro, Pablo Carvalho, Gabriela Montandon e Paulo Schiaveto. Uma parceria que trará muitos bons frutos para o cenário cervejeiro mineiro e nacional.

Inconfidentes - Cervejarias Conjuradas

Confiram o vídeo da Inconfidentes feito pelo Estúdio Mangabeiras. Um sonho se sonha junto!

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Nasce a Cervejaria Inconfidentes

A primeira cervejaria brasileira formada pela união de sete cervejeiros caseiros 


A primeira microcervejaria do Brasil formada pela união de cervejeiros caseiros.
Foto: Estúdio Mangabeiras


Pela cerveja de qualidade, sete mineiros se conjuraram para formar a Cervejaria Inconfidentes: a primeira cervejaria brasileira que nasce da parceria de cervejeiros caseiros apaixonados pela Cultura Cervejeira.

Inspirada no sucesso das microcervejarias mineiras, a Cervejaria Inconfidentes, formada pela união dos cervejeiros da Grimor, Jambreiro e Vinil, nasce da realização do sonho de seus fundadores, partindo de pequenas panelas para uma grande microcervejaria. A Inconfidentes conspira a favor do mercado mineiro e nacional de cervejas especiais de qualidade e torna-se a mais nova cervejaria-conceito de Minas Gerais: uma única instalação, três cervejarias, várias rótulos e o mesmo ideal.


Cervejarias Conjuradas: Grimor, Vinil e Jambreiro. 
Foto: Estúdio Mangabeiras

Uma microcervejaria, três marcas.

Entre 2007 e 2008, sete cervejeiros iniciaram suas produções caseiras, nasceram, assim, as cervejas Grimor, Jambreiro e Vinil. Motivados pelos encontros da Associação de Cervejeiros Artesanais de Minas Gerais (ACervA - Mineira), os futuros cervejeiros inconfidentes deram início às suas produções de forma independente, sempre em busca do aprimoramento.

Desde então, as três cervejarias tem colecionado receitas premiadas, mas que não chegaram a sair das próprias geladeiras. Incentivadas pelo "mercado familiar", pela possibilidade de crescimento e pela igualdade de ideais, agora os sete cervejeiros se conjuram e nasce a Inconfidentes, uma única microcervejaria para produzir as três marcas.

Por mais que do hobby ao empreendimento o caminho fosse longo e tortuoso, conjurou-se um sonho inovando o mercado de cervejas no Brasil: três cervejarias caseiras agora, formal e legalmente, constituem uma grande microcervejaria. Grimor, Jambreiro e Vinil uniram-se para tornar viável o sonho de produzir cervejas especiais em maior escala, com espírito inovador para o consumidor mais exigente.

Localizada no polo cervejeiro das Minas Gerais, na cidade de Nova Lima, na grande Belo Horizonte, a Cervejaria Inconfidentes nasce com capacidade de produção de até 120 mil litros por mês. Com produção inicial de 12 mil litros já instalada, conta com quinze rótulos de cervejas especiais. Encorajadas pelos prêmios já recebidos e pelo crescente envolvimento com o mercado cervejeiro brasileiro, as cervejarias conjuradas ocuparão as prateleiras dos melhores estabelecimentos cervejeiros.

Pelas alterosas mineiras, os inconfidentes hão de conspirar para o novo consumo da cerveja. Das pequenas panelas para os grandes fermentadores, as cervejas que já eram distintas ficarão ainda mais especiais.

Um brinde à inconfidência cervejeira!

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Conjuração Mineira!

Não percam o programa Pão e Cerveja, da rádio CBN de 07 de Setembro que vai ao ar as 11:40h. Para quem está em BH, sintonizem 106,1 FM. Para o resto do planeta, ouça ao vivo pelo site da CBN, selecionando a praça BH, na coluna à direita da página.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Opinião: A cerveja e a propaganda


Leiam a interessante opinião de Rodrigo Leão* publicada no site Meio e Mensagem de 04 de Setembro de 2012

A maioria das industrializadas não é feita para ser uma boa cerveja: é feita para dar o maior lucro. É uma diferença importante no resultado
Por Rodrigo Leão


Há alguns anos parei de tomar cerveja. Porque toda vez que tomava eu tinha dor de cabeça, me sentia enjoado e no dia seguinte tinha uma ressaca irritante. “Acho que não me dou bem com fermentados”, era como me justificava diante da incredulidade de amigos, que, de imediato, começavam a suspeitar da garra do meu heterossexualismo.

Então, na hora de beber, eu partia pros drinques. Houve a fase hi-fi, a fase gin tônica, a fase Mojito, e assim por diante. Nunca em excesso — dois drinques e ponto. Acordava novinho em folha e não tinha enjoo nem dor de cabeça. Não sentia falta nenhuma da cerveja. Mas, de uns seis meses pra cá, por influência do meu sócio, Márcio Cócaro, um fã desse tipo de bebida, resolvi experimentar umas cervejas artesanais. Não sou muito de cheirar rolha (sabe, como fazem aqueles caras que manjam de vinho e ficam passando a rolha em frente ao nariz e detectando subtons amadeirados?). Então, durante cada um de seus excelentes churrascos gaúchos, ele me apresentava algumas dessas e falava: “Ah! Essa aqui foi feita por monges Trapistas na Bélgica”, e eu não dava muita bola. “Essa aqui ganhou o prêmio xisipisilonzê...” e eu estava, na verdade, curtindo a direção de arte bem louca do rótulo (que é muito comum nesse segmento).

Até que percebi que não passava mal com aquelas cervejas. “De repente eu sou fresco mesmo e meu corpo só se adapta a artigos de luxo,” pensei. Tudo bem que, de fato, aquelas brejas não se pareciam nada com as redondinhas que a gente normalmente toma por aí. Reparei que só se tomava uma ou duas garrafas numa rodada, mais como um vinho do que como as cervejas que eu conhecia. Mas era curioso perceber como a mesma bebida causava reações tão diferentes no meu corpo.

Até que recentemente começamos a trabalhar para uma premiada cervejaria artesanal e o pessoal que faz a cerveja me explicou a diferença. A maioria das cervejas industrializadas não é feita para ser uma boa cerveja: é feita para dar o maior lucro. E essa é uma diferença importante no resultado.

Como assim? Assim ó: além de lúpulo, cevada e água, na latinha entram arroz, milho e outros tipos de cereal mais barato. Aí, vai um produto químico pra fazer uma espuma bonita; outro pra ter cor dourada bonita; e outro para o sabor sair homogêneo. Hoje, tem até umas com mais químicos pra você não empapuçar e beber e gastar mais. Ou seja, não era a cerveja que me fazia mal, era o kit “meu pequeno químico” que as empresas usam pra deixar o produto mais lucrativo que me zoava.

Lembrei então de um artigo que escrevi quando tinha uma coluna no jornal Metro em que eu comparava a mentalidade do empreendedor que gosta do que faz e do empreendedor que só gosta de dinheiro. Apresentava-os como o “O Homem do Negócio” e “O Homem de Negócios”.

O “Homem do Negócio” gosta de fazer bem aquele negócio em que ele se meteu: o faz por obsessão, e não por dinheiro, mas acaba ganhando algum porque necessariamente faz muito bem o que se propõe a fazer. Tanto que muitas vezes integra o nome ao próprio negócio. Como meu amigo Eddy do Trombone, o Rogério Fasano ou mesmo o Professor Porsche.O objetivo final é o próprio processo de viver fazendo algo que faz muito bem feito. Na propaganda, costumávamos ter muitos desses.

Já o “Homem de Negócios” se interessa mais pelas recompensas que um negócio oferece do que no negócio propriamente dito. O objetivo é lucrar, seja vendendo karaokês evangélicos ou vibradores eletrônicos, propaganda ou produtos de arame e plástico. O bom “Homem de Negócios” tende a ficar muito rico pois não importa em que negócio se meta, sempre dá um jeito de ganhar muita grana — faz o que for preciso para lucrar, como, por exemplo, encher a sua loirinha de produtos químicos.

A especialidade do “Homem do Negócio” é criar valor. A especialidade do “Homem de Negócios” é extrair valor. É curioso ver como grandes grupos econômicos internacionais controlam a propaganda que a gente consome e a cerveja que a gente bebe. Eu fico aqui pensando: será que a ressaca que a maioria das propagandas vem me causando atualmente não é causada pelo mesmo motivo da cerveja? Você pode até dizer que eu sou fresco, hipster ou mesmo comunista, mas eu acho muito errado celebrar quem tira mais em lugar de quem acrescenta mais.


* Rodrigo Leão é sócio-diretor de criação da Casa Darwin e professor dos MBA de Marketing, MBA Executivo Internacional e International MBA da FIA. Uma vez por mês ele escreve artigos para Meio & Mensagem. Este texto foi publicado na edição 1525, de 3 de setembro.

sábado, 25 de agosto de 2012

Vida longa ao casal Fernanda e Sérgio!

 Mais uma vez os padrinhos se deram bem!
Os noivos Fernanda Bastos e Sérgio Resende presentearam os padrinhos com uma
Cerveja Vinil e uma cachaça P.O. personalisadas. 
As madrinhas? Pão de Mel.




Aqui a foto da cerveja "geladaça" feita por eles no dia 19 de Setembro. Saúde!

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Em Juiz de Fora, fábrica de cerveja funciona dentro da igreja

Pequena fábrica, dentro da Igreja de Nossa Senhora da Glória, em Juiz de Fora, está totalmente preservada(Foto: Fabiana Arreguy)

Página do livro de orações com a bênção feita antes de cada produção (Foto: Fabiana Arreguy)


Religioso é destacado para a função de mestre-cervejeiro. Fábrica foi redescoberta por um novo pároco da Igreja Nossa Senhora da Glória, que decidiu retomar a produção.

Ouça o programa:

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Mulheres bebem mais após casamento, diz estudo de universidade dos EUA

     Andreas Gebert/France Presse
Para as mulheres, casar pode não ser sinônimo de uma vida longe da bebedeira.

A conclusão é de um longo estudo realizado pela universidade de Cincinnati e publicado pelo "Huffington Post".

De acordo com o estudo, o motivo seria a (má) influência do marido. Já eles, passaram a beber menos, já que passam menos tempo com os amigos e tentam acompanhar as mulheres.

Já no caso da mulherada, dados apontaram que as casadas bebem mais do que as solteiras, divorciadas ou viúvas.

A pesquisa analisou informações de 5,305 homens e mulheres de Wisconsin, que responderam questionários em 1993 e em 2004.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Bandas de Rock que tem a sua própria cerveja

Confiram no blog Testosterona o post sobre 10 bandas de rock que literalmente engarrafaram suas músicas! Mas a lista me parece incompleta, a banda Velhas Virgens também têm sua linha de cervas.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Cervejas escuras: elas são mesmo as rainhas do frio?


No Brasil, a maioria acredita que sim, cervejas escuras só no inverno.
Mas a variedade é tão grande que tem para todos os gostos, ocasiões,
estações e pratos (até sobremesas)

Fonte: Revista Casa e Jardim
Texto: Dagmar Serpa; Fotos: Ricardo Corrêa


Ora elas são acusadas de doces demais, ora exatamente do oposto,
amargas demais. Em outras vezes, as cervejas escuras são apontadas
como muito fortes e, portanto, adequadas só para aquecer no inverno.
Acontece que nenhuma das alternativas anteriores é 100% correta. Mas,
no país em que loira é sinônimo de cerveja, fica até fácil entender
por que nascem tantas generalizações: falta conhecimento de causa.

Mais consumidas no mundo todo, as cervejas douradas do tipo Pilsen
assumem no Brasil um favoritismo disparado e enchem mais de 95 % dos
copos. “O brasileiro não tem o hábito de se expor aos diferentes tipos
que existem”, afirma Luciano Horn, mestre cervejeiro da Ambev, dona de
várias marcas, entre as quais Brahma, Bohemia e Caracu, além de
responsável pela importação de outras, como a belga Leffe. E a
variedade é imensa. “Entre claras e escuras, são 120 estilos de
cerveja”, diz o chef Eduardo Passarelli, estudioso do assunto e sócio
da Forneria Melograno, em São Paulo, que oferece uma carta da bebida
recheada com mais de 160 rótulos e considerada uma das melhores da
cidade.

Entretanto, se a maioria nunca foi além da loira gelada, como pode
saber o que há no campo das morenas? A verdade é que há de tudo, não
só exemplares da docinha Malzbier, a cerveja escura mais popular por
aqui, ou a seca e encorpada Guinness, irlandesa que é uma das marcas
mais famosas do planeta. Graças à diversidade, aliás, pode se
harmonizar um jantar inteiro com cerveja, sem pôr uma loira sequer na
mesa. É o que prova o menu elaborado por Eduardo Passarelli para esta
reportagem e as combinações propostas por ele e pela sommelier de
cervejas Cilene Saorin.

Até existe uma escala que regulamenta quais podem ser chamadas de
claras e de escuras. Isso, porém, diz pouco sobre uma cerveja. “A cor
é um conceito vago”, afirma Carolina Oda, do marketing da importadora
Tarantino, que trouxe para o país as cervejas americanas Anderson
Valley e Flying Dog e a belga Malheur. O que vale mais para quem
entende do riscado é outro tipo de divisão. Basicamente, há três
grandes grupos: Lagers, que são as cervejas fermentadas a baixas
temperaturas (em média, de 10°C a 12°C); Ales, a altas temperaturas; e
Lambics, criação belga de fermentação espontânea, à base de agentes
presentes no ambiente. Mas cada categoria tem seus subtipos. A já
citada Guinness, como a brasileira Caracu, é uma Stout, turma que faz
parte da família das Ales (confira alguns estilos no quadro Um mar de
opções).

Só para derrubar logo um mito, o teor alcoólico da Guinness é de 4,2%,
menor do que o de rótulos nacionais de Pilsen, como Brahma (4,8%),
Bavária (4,6%), Bohemia (5%) e Itaipava (4,5%). “Achar que as escuras
são mais alcoólicas, e por isso boas só para o frio, é um preconceito
enraizado”, diz Kathia Zanatta, sommelier do Grupo Schincariol, dono
de marcas como Nova Schin, Baden Baden, Eisenbahn e Devassa. “Acredito
que há um componente visual nessa conexão: a própria cor passa a
sensação de que elas são mais intensas e fortes.” Outra hipótese é que
as Bocks, lançadas por aqui como cervejas de inverno, tenham
influenciado a percepção geral do brasileiro em relação às escuras.



De acordo com o prato A base de todas as cervejas, claras ou escuras,
é igual. “As matérias-primas são as mesmas: malte, lúpulo, água e
levedura”, diz o mestre cervejeiro Arnaldo Luiz Ribeiro, da Germânia,
de Vinhedo (SP). “São os blends (misturas de maltes), o tipo de
fermentação, a maturação e outros detalhes envolvidos na produção que
criam a variedade”. Por exemplo, o malte, obtido da cevada ou do
trigo, pode ser torrado, e é isso que dá cor escura à bebida. “Como
ocorre com o café, há níveis diferentes de torrefação”, observa
Luciano. Quanto mais torrado, mais bronzeada será a cerveja. “O malte
ainda pode passar por outros processos, como defumação ou
caramelização. Se caramelizado, a coloração será avermelhada ou
amarronzada”, diz Carolina.

É comum sentir nas escuras toques de chocolate ou de café, embora os
ingredientes não estejam, em geral, presentes na composição. Mas podem
estar. Por exemplo, a Colorado Demoiselle, escura artesanal de
Ribeirão Preto (SP), que já foi premiada em concurso internacional,
leva mesmo café. “As possibilidades de aromas e sabores são muitas.
Podem aparecer também notas de frutas secas”, afirma Kathia.

Essas nuances são levadas em conta ao combinar cerveja com comida. O
critério pode ser o da semelhança. Assim, uma cerveja encorpada, forte
e cheia de personalidade casaria com pratos igualmente marcantes. Mas
também usa-se a lógica do contraste, com o objetivo de atenuar algum
traço da receita. “Então, pode-se escolher uma cerveja mais
refrescante para uma comida apimentada”, diz a sommelier Cilene. Como
nas harmonizações com vinho, o casamento é considerado perfeito quando
se consegue sentir que o sabor do prato foi valorizado pela cerveja. É
uma questão de treino. O que significa que é preciso permitir- -se
experimentar – tanto combinações, que podem até às vezes dar errado,
como vários estilos de cerveja. Sem nunca fazer distinção de cor.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Dia da cerveja IPA

Vinil Hurricane - Imperial IPA

Quatro de agosto é o dia da India Pale Ale - IPA.  É uma cerveja carregada em lúpulo, de criada por ingleses para aumentar o tempo de conservação da cerveja que seria levada para as viagens pela Índia. Varia na intensidade de amargor e percentual de álcool de acordo com o sub-tipo. A Imperial, sub-estilo produzido pela cervejaria Vinil, possui 8% de teor alcoólico e uma porrada de aromas e lúpulos.


O copo preferido para se apreciar uma IPA é a caldereta (ou shaker). Com capacidade de pouco mais de 300ml ele, além de prático, é o mais indicado para as English Pale Ales.


Para a Vinil Hurricane, copos do tipo conhaque ou snifter, próprios para cervejas fortes, são mais indicados. Ótimos para capturar aromas, permitindo agitar a cerveja em movimentos rotativos leves, sem muito risco de que a cerveja transborde o limite do copo. Também ajudam na manutenção de espuma, permitindo grandes goles sem que muito dela acabe entrando em contato com o rosto de quem bebe.

Um brinde a IPA!

Fonte: Brejas; Ribeirão Preto Online