sexta-feira, 14 de setembro de 2012

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Nasce a Cervejaria Inconfidentes

A primeira cervejaria brasileira formada pela união de sete cervejeiros caseiros 


A primeira microcervejaria do Brasil formada pela união de cervejeiros caseiros.
Foto: Estúdio Mangabeiras


Pela cerveja de qualidade, sete mineiros se conjuraram para formar a Cervejaria Inconfidentes: a primeira cervejaria brasileira que nasce da parceria de cervejeiros caseiros apaixonados pela Cultura Cervejeira.

Inspirada no sucesso das microcervejarias mineiras, a Cervejaria Inconfidentes, formada pela união dos cervejeiros da Grimor, Jambreiro e Vinil, nasce da realização do sonho de seus fundadores, partindo de pequenas panelas para uma grande microcervejaria. A Inconfidentes conspira a favor do mercado mineiro e nacional de cervejas especiais de qualidade e torna-se a mais nova cervejaria-conceito de Minas Gerais: uma única instalação, três cervejarias, várias rótulos e o mesmo ideal.


Cervejarias Conjuradas: Grimor, Vinil e Jambreiro. 
Foto: Estúdio Mangabeiras

Uma microcervejaria, três marcas.

Entre 2007 e 2008, sete cervejeiros iniciaram suas produções caseiras, nasceram, assim, as cervejas Grimor, Jambreiro e Vinil. Motivados pelos encontros da Associação de Cervejeiros Artesanais de Minas Gerais (ACervA - Mineira), os futuros cervejeiros inconfidentes deram início às suas produções de forma independente, sempre em busca do aprimoramento.

Desde então, as três cervejarias tem colecionado receitas premiadas, mas que não chegaram a sair das próprias geladeiras. Incentivadas pelo "mercado familiar", pela possibilidade de crescimento e pela igualdade de ideais, agora os sete cervejeiros se conjuram e nasce a Inconfidentes, uma única microcervejaria para produzir as três marcas.

Por mais que do hobby ao empreendimento o caminho fosse longo e tortuoso, conjurou-se um sonho inovando o mercado de cervejas no Brasil: três cervejarias caseiras agora, formal e legalmente, constituem uma grande microcervejaria. Grimor, Jambreiro e Vinil uniram-se para tornar viável o sonho de produzir cervejas especiais em maior escala, com espírito inovador para o consumidor mais exigente.

Localizada no polo cervejeiro das Minas Gerais, na cidade de Nova Lima, na grande Belo Horizonte, a Cervejaria Inconfidentes nasce com capacidade de produção de até 120 mil litros por mês. Com produção inicial de 12 mil litros já instalada, conta com quinze rótulos de cervejas especiais. Encorajadas pelos prêmios já recebidos e pelo crescente envolvimento com o mercado cervejeiro brasileiro, as cervejarias conjuradas ocuparão as prateleiras dos melhores estabelecimentos cervejeiros.

Pelas alterosas mineiras, os inconfidentes hão de conspirar para o novo consumo da cerveja. Das pequenas panelas para os grandes fermentadores, as cervejas que já eram distintas ficarão ainda mais especiais.

Um brinde à inconfidência cervejeira!

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Conjuração Mineira!

Não percam o programa Pão e Cerveja, da rádio CBN de 07 de Setembro que vai ao ar as 11:40h. Para quem está em BH, sintonizem 106,1 FM. Para o resto do planeta, ouça ao vivo pelo site da CBN, selecionando a praça BH, na coluna à direita da página.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Opinião: A cerveja e a propaganda


Leiam a interessante opinião de Rodrigo Leão* publicada no site Meio e Mensagem de 04 de Setembro de 2012

A maioria das industrializadas não é feita para ser uma boa cerveja: é feita para dar o maior lucro. É uma diferença importante no resultado
Por Rodrigo Leão


Há alguns anos parei de tomar cerveja. Porque toda vez que tomava eu tinha dor de cabeça, me sentia enjoado e no dia seguinte tinha uma ressaca irritante. “Acho que não me dou bem com fermentados”, era como me justificava diante da incredulidade de amigos, que, de imediato, começavam a suspeitar da garra do meu heterossexualismo.

Então, na hora de beber, eu partia pros drinques. Houve a fase hi-fi, a fase gin tônica, a fase Mojito, e assim por diante. Nunca em excesso — dois drinques e ponto. Acordava novinho em folha e não tinha enjoo nem dor de cabeça. Não sentia falta nenhuma da cerveja. Mas, de uns seis meses pra cá, por influência do meu sócio, Márcio Cócaro, um fã desse tipo de bebida, resolvi experimentar umas cervejas artesanais. Não sou muito de cheirar rolha (sabe, como fazem aqueles caras que manjam de vinho e ficam passando a rolha em frente ao nariz e detectando subtons amadeirados?). Então, durante cada um de seus excelentes churrascos gaúchos, ele me apresentava algumas dessas e falava: “Ah! Essa aqui foi feita por monges Trapistas na Bélgica”, e eu não dava muita bola. “Essa aqui ganhou o prêmio xisipisilonzê...” e eu estava, na verdade, curtindo a direção de arte bem louca do rótulo (que é muito comum nesse segmento).

Até que percebi que não passava mal com aquelas cervejas. “De repente eu sou fresco mesmo e meu corpo só se adapta a artigos de luxo,” pensei. Tudo bem que, de fato, aquelas brejas não se pareciam nada com as redondinhas que a gente normalmente toma por aí. Reparei que só se tomava uma ou duas garrafas numa rodada, mais como um vinho do que como as cervejas que eu conhecia. Mas era curioso perceber como a mesma bebida causava reações tão diferentes no meu corpo.

Até que recentemente começamos a trabalhar para uma premiada cervejaria artesanal e o pessoal que faz a cerveja me explicou a diferença. A maioria das cervejas industrializadas não é feita para ser uma boa cerveja: é feita para dar o maior lucro. E essa é uma diferença importante no resultado.

Como assim? Assim ó: além de lúpulo, cevada e água, na latinha entram arroz, milho e outros tipos de cereal mais barato. Aí, vai um produto químico pra fazer uma espuma bonita; outro pra ter cor dourada bonita; e outro para o sabor sair homogêneo. Hoje, tem até umas com mais químicos pra você não empapuçar e beber e gastar mais. Ou seja, não era a cerveja que me fazia mal, era o kit “meu pequeno químico” que as empresas usam pra deixar o produto mais lucrativo que me zoava.

Lembrei então de um artigo que escrevi quando tinha uma coluna no jornal Metro em que eu comparava a mentalidade do empreendedor que gosta do que faz e do empreendedor que só gosta de dinheiro. Apresentava-os como o “O Homem do Negócio” e “O Homem de Negócios”.

O “Homem do Negócio” gosta de fazer bem aquele negócio em que ele se meteu: o faz por obsessão, e não por dinheiro, mas acaba ganhando algum porque necessariamente faz muito bem o que se propõe a fazer. Tanto que muitas vezes integra o nome ao próprio negócio. Como meu amigo Eddy do Trombone, o Rogério Fasano ou mesmo o Professor Porsche.O objetivo final é o próprio processo de viver fazendo algo que faz muito bem feito. Na propaganda, costumávamos ter muitos desses.

Já o “Homem de Negócios” se interessa mais pelas recompensas que um negócio oferece do que no negócio propriamente dito. O objetivo é lucrar, seja vendendo karaokês evangélicos ou vibradores eletrônicos, propaganda ou produtos de arame e plástico. O bom “Homem de Negócios” tende a ficar muito rico pois não importa em que negócio se meta, sempre dá um jeito de ganhar muita grana — faz o que for preciso para lucrar, como, por exemplo, encher a sua loirinha de produtos químicos.

A especialidade do “Homem do Negócio” é criar valor. A especialidade do “Homem de Negócios” é extrair valor. É curioso ver como grandes grupos econômicos internacionais controlam a propaganda que a gente consome e a cerveja que a gente bebe. Eu fico aqui pensando: será que a ressaca que a maioria das propagandas vem me causando atualmente não é causada pelo mesmo motivo da cerveja? Você pode até dizer que eu sou fresco, hipster ou mesmo comunista, mas eu acho muito errado celebrar quem tira mais em lugar de quem acrescenta mais.


* Rodrigo Leão é sócio-diretor de criação da Casa Darwin e professor dos MBA de Marketing, MBA Executivo Internacional e International MBA da FIA. Uma vez por mês ele escreve artigos para Meio & Mensagem. Este texto foi publicado na edição 1525, de 3 de setembro.