sábado, 20 de novembro de 2010

Publicação no site Yahoo

Orçamento: é possível investir em cervejas?

infomoney
Em sexta-feira 19/11/2010, às 11:00
SÃO PAULO – A cultura de investir em vinhos já é disseminada em todo o mundo. Várias pessoas compram bebidas raras para, depois de no mínimo três anos, vender a iguaria e ter um retorno muito compensador. Mas você já pensou em ampliar sua carteira investindo em cerveja?
"Sim, é possível investir em cervejas mais caras, pois em sua grande maioria são feitas artesanalmente, em safras pequenas e distribuição limitada", revela Marcelo Ponci, dono do e-commerce Cerveja Gourmet. "Além disso, as cervejas harmonizam tão bem quanto os vinhos, seja com queijos, pratos mais elaborados e até mesmo sobremesas."
Para se ter uma ideia, algumas pessoas adeptas das cervejas especiais estão montando adegas climatizadas para armazenar essas bebidas, e não, como de costume, os vinhos. "Elas também precisam ser acondicionadas em temperaturas adequadas, e não ficarem expostas ao calor", explica Ponci.
Investimento financeiro e para apreciaçãoExistem alguns tipos de cerveja que podem ser guardadas durante anos, sem que estraguem ou percam suas propriedades degustativas. Elas são as chamadas Bière de Garde, ou Cervejas de Guarda.
De acordo com a bier sommelier Kathia Zanatta, as cervejas podem ser um investimento para as pessoas comuns em dois sentidos. Um deles é mesmo o financeiro, pois as cervejas de guarda têm um preço mais em conta quando novas e valorizam com o passar dos anos.
"A Gouden Carolus Cuvée Van de Keizer Blauw é uma cerveja produzida somente uma vez por ano, no dia 24 de fevereiro, em comemoração à data de aniversário do Imperador Carlos V [viveu entre 1500 e 1558]. Sua validade é de no mínimo 10 anos, ou seja, é um rótulo que evolui e aumenta sua complexidade a cada ano. Uma nova safra custa em torno de 20 euros (R$ 46,81*), enquanto que um rótulo de 10 anos chega a custar de 100 a 120 euros (R$ 234,05 a R$ 280,86)", exemplifica Kathia.
Porém, para o mestre-cervejeiro Paulo Schiaveto, apesar de algumas bebidas melhorarem suas características com o tempo, a grande maioria das cervejas perde qualidade com o envelhecimento, especialmente as mais claras. "Do ponto de vista de investimento, no sentido de comprar para vender após um tempo de guarda, na imensa maioria dos casos, não é um bom negócio", acredita.
A própria Kathia pondera dizendo que não é comum comprar esses produtos para revender, mas sim para apreciação do próprio consumidor. "Aí vem o segundo investimento: o amadurecimento sensorial do produto e os aromas e prazeres que ele vai oferecer".
O processo de envelhecimento... de cervejas!Para que possam ser guardadas, as cervejas precisam "ter potência sensorial para suportar o envelhecimento", destaca Kathia. "Ela precisa ter corpo, teor alcoólico, aromas e sabores intensos e complexos que evoluam em complexidade e também ofusquem possíveis aromas desagradáveis causados pela oxidação".
Por isso, normalmente são as cervejas escuras que sofrem os processos de envelhcimento. "Elas trazem notas tostadas mais intensas, muitas vezes acompanhadas das notas de nozes, amêndoas e frutas secas como banana passa e figo turco, e esses aromas tornam-se mais vinificados e agradáveis ao olfato com o tempo", descreve a beer sommelier, formada pela escola alemã Doemens Akademie.
Outro ponto importante é o fato de as proteínas e taninos presentes na cerveja formarem pequenas partículas. Embora não façam mal algum à saúde, tendem a ser desagradáveis para a visão, e as cervejas escuras escondem essas partículas por conta de sua coloração.
Loiras e velhinhasMesmo com todas as virtudes das cervejas escuras, não são apenas elas que sofrem o processo de envelhecimento, mas as mais claras também. "Apesar da ausência dos aromas complexos vindos dos maltes torrados, a intensidade e complexidade aromática delas é compensada pelos compostos aromáticos formados durante as respectivas fermentações", destaca Kathia.
No mundo das cervejas existem duas grandes famílias: as Ales, de alta fermentação, e as Lagers, de baixa fermentação. Mas especialistas consideram ainda uma terceira família que é das Lambics, que possuem fermentação natural.
"Elas são mais claras e envelhecidas em tanques de carvalho abertos ou em outro meio que permita a ação de fungos pela exposição, e ficam maturando em média de dois a três anos", explica Marcelo Ponci. Como a cerveja Lambic Gueuze, que é o resultado da mistura da bebida que está maturando por cerca de um ano com aquela envelhecida durante três anos.
Mercado verde e amarelo das envelhecidasDe acordo com Kathia, aqui no Brasil é difícil encontrar cervejas envelhecidas, pois normalmente elas chegam novas e sofrem o processo de envelhecimento nas adegas dos apreciadores.
Marcelo lembra da cerveja Samuel Adams Utopias, que foi produzida apenas em 2002, 2005, 2007 e em 2009, sempre em única leva de 8 mil garrafas de cerâmica. No início de 2010, o Bar Melograno, localizado em São Paulo, adquiriu algumas garrafas, todas vendidas a R$ 750 cada. Atualmente os degustadores encontram no estabelecimento apenas doses de 50ml da bebida por R$ 75.
"Dois rótulos mais caros no momento no mercado brasileiro, que também podem ser de guarda, são a Tactical Nuclear Penguin e a Sink the Bismark, da cervejaria escocesa BrewDog", aponta a beer sommelier Kathia Zanatta.
As duas bebidas se diferenciam das demais, entre outras caracteríticas, por conta do teor de álcool, que se equipara ao de whiskies e cachaças. Para se ter uma ideia, a Tactical Nuclear Penguin possui 32% álcool e a garrafa de 330ml sai por R$ 515 no Empório Alto dos Pinheiros, em São Paulo. Já a Sink the Bismark, com 41% de teor alcoólico, custa R$ 600 a garrafa de 330ml no mesmo local.
* Conversão feita com base no dia 18 de novembro, quando o Euro estava cotado a R$ 2,341.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Loiras e morenas: por que algumas cervejas custam mais de R$ 200?

Por: Equipe InfoMoney




15/11/10 - 14h17
InfoMoney

SÃO PAULO – Amber Ale, American Strong Ale, Baltic Porter, Bock, Dunkel, Gose, Happoshu, Kölsch, Foreign Stout, Malt Liquor, Porter, Rauchbier, Sahti,Vienna e Wood-Aged Beer: no mundo inteiro existem mais de 200 tipos de cerveja.
Ao contrário do que a maioria das pessoas acredita, cerveja não é "tudo a mesma coisa" e nem todas são do estilo Pílsen, o mais popular no Brasil. Cada uma possui um ingrediente, um método de produção, algo que a diferencia essencialmente das demais.
E é justamente a particularidade dos variados estilos de cerveja que faz com que os valores das garrafas cheguem a ultrapassar os custos de um whisky, por exemplo. "O preço depende de diversos fatores, como as matérias-primas especiais e tempos de fabricação prolongados. Podemos incluir também, em alguns casos, os custos de importação e distribuição", explica Paulo Schiaveto, mestre-cervejeiro formado em Louvain-la-Neuve, na Bélgica.
Detalhes que fazem a diferença De um modo geral, existem quatro ingredientes básicos para a produção de uma cerveja: a água (costuma entrar duas vezes no processo de produção), a levedura (fermento natural), lúpulo (responsável pelo amargor) e o malte (extrato de cereal que pode ser de cevada, trigo, defumada, etc).
Porém, cada bebida é feita através de um método próprio, que pode demandar muito tempo para concluir o processo, e que inclui ingredientes extras ou não. "A cerveja Premium, por exemplo, leva outros tipos de ingredientes que costumam ser importados, o que no mínimo vai dobrar o valor dessas bebidas", diz Marcelo Ponci, dono do e-commerce Cerveja Gourmet.
Outro exemplo do diferente uso de ingredientes é a Puro Malte. "As produções em grande escala usam o mínimo de malte de cevada exigido por lei, que é 50%, e completam com outros cereais mais baratos, como milho, sorgo e arroz", explica Ponci. "A Puro Malte, por sua vez, usa 100% de malte de cevada".
"O que é mais fácil e mais barato de fazer, uma feijoada ou o feijão do dia a dia?", compara a beer sommelier Cilene Saorin, formada em Doemens Akademie, na Alemanha. "Isso não significa que a qualidade dos ingredientes usados no feijão sejam inferiores. Mas diferem no tipo e quantidade".
Assim, outros fatores que influenciam no preço é a importação, que faz com que o valor das cervejas chegue até 200% mais caro no mercado nacional, e também o método de produção, como nos casos das cervejas que são feitas em um lugar e maturadas em outro, ou das bebidas maturadas em barris de carvalho.
Desembarque no Brasil, com escala na Bélgica e França Para se ter uma ideia, a cerveja Deus Brut des Flandres, uma das mais caras vendidas no Brasil, tem a primeira fermentação e maturação na Bélgica. Depois as garrafas vão para a França, recebem açúcares e fermentos especiais, e então começa o processo deremuage: gira-se a garrafa diariamente no mesmo horário, aumentando sua inclinação para baixo até ficar de cabeça para baixo. Após essa longa maturação, o fermento depositado no pescoço da garrafa é congelado e retirado por pressão. Então, a embalagem é completada com bebida já pronta.
"É uma das três únicas cervejas no mundo produzidas pelo processo de champenoise, ao lado da belga Malheur e da brasileira Eisenbahn Lust. Primeiro elas são produzidas em uma cervejaria e depois levadas a uma vinícula, onde passam pelo mesmo processo de um champagne", descreve a beer sommelier Khatia Zanatta, formada pela escola alemã Doemens Akademie.
"O preço também varia em função da percepção de valor pelo consumidor", acredita o mestre-cervejeiro Schiaveto. "Algo equivalente a um vinho de produção restrita e bastante procurado".
Não é a toa que a cerveja Deus pode ser encontrada em estabelecimentos da capital paulista pelo custo de R$ 220, no Bar Melograno, e R$ 249, no Bar Asterix (nele, a cerveja mais cara vendida é a Chimay Grand Reserve Jeroboam, cuja garrafa de 3L custa R$ 480).
Prazer no paladar e satisfação no bolsoEmbora alguns produtos tenham o custo elevado, os especialistas concordam que é possível degustar e apreciar uma cerveja mais em conta. Isso porque algumas oferecem sensações sensoriais diversas, como notas aromáticas frutais (de banana, maçã, abacaxi), notas condimentadas (pimenta, cravo e canela), ou que seguem por notas florais, herbais e outras mais densas.
"Há cervejas de baixo custo que proporcionam aromas e sabores diferentes da cerveja industrial comum. Pequenas cervejarias nacionais, por exemplo, têm produtos premiados em concursos internacionais de forte expressão a um preço bastante acessível", conta Schiaveto.
Marcelo Ponci, por sua vez, cita as cervejas da marca Colorado, cuja garafa de 600ml pode ser encontrada por R$ 10, e da Bauhaus, cuja garrafa de mesmo volume pode ser encontrada por R$ 8, como exemplo de baixo custo possível de ser degustado.
Amadurecimento gastronômico Para Cilene Saorin, o baixo consumo das cervejas especiais não está atrelado simplesmente ao preço desses produtos. Mas existe uma cultura nacional de intenso consumo das bebidas do estilo Pílsen.
"Ela tem menos informação no nariz, menos amargor, menos corpo. Tudo é muito delicado nela", descreve. A grande proposta desse tipo de cerveja é mesmo a de matar a sede, dar maresia aos olhos, refrescar, descontrair e fazer com que o consumidor gaste o menos possível.
Segundo Cilene, a escolha por cervejas especiais virá com a idade e a mudança na expectativa gastronômica. "Com 18 anos, você gasta R$ 10 com dez latinhas. Porém, depois de 20 anos, passa a gastar os mesmos R$ 10, mas com uma garrafa de 350ml", compara. "A chance de um jovem migrar para as cervejas especiais é diferente daquela pessoa com mais de trinta anos, pois a expectativa de consumo é diferente e o poder de compra também".
Como escolher a melhor cerveja? A maioria dos especialistas concorda que é impossível selecionar a melhor cerveja. "É o mesmo que perguntar a um pintor qual a cor que ele mais gosta", diz Cilene Saorin. Afinal, existem muitas opções e a preferência varia de acordo com a ocasião.
Porém, se você não sabe qual cerveja escolher diante de tantas opções, eles dão algumas dicas. "O consumidor deve ter em mente que, no caso de cervejas especiais, está comprando um produto com características bem distintas daquelas que a maioria considera como padrão para cerveja", destaca o mestre-cervejeiro Schiaveto.
"Ele pode, por exemplo, procurar se informar sobre os mais variados estilos de cerveja disponíveis no mercado em sites e blogs especializados em cervejas, onda há informações sobre experiências de degustação", aconselha.
Já a beer sommelier Khatia Zanatta acredita que há dois pontos principais a serem observados: o estilo e a data de validade. "Quem, por exemplo, não gostar de notas amargas intensas, não deve comprar de cara uma Dry Stout ou uma India Pale Ale. Existem cervejas com características extremamente distintas e, justamente por isso, pelo menos um estilo irá agradar cada pessoa", destaca.
Em relação à validade, a profissional reitera a regra de que "quanto mais nova a cerveja, melhor". "Com excessão de estilos como Gueuze, Barley Wines, Old Ales, entre outros que envelhecem na garrafa, a maioria deve ser consumida mais rápido, já que a ação de agentes oxidantes leva à oxidação do líquido e transformação de seus atributos sensoriais".

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Clube do Lp e Frei Tuck apresentam: CCJ e o Rock Progressivo


Dia 25 de novembro, apartir das 20:00h, no Frei Tuck

Cerveja feita em casa!

A sessão do site IG chamada "Comida" trouxe em 21 de setembro uma reportagem bem ilustrada sobre a produção caseira de cervejas. O infográfico explica de maneira bem simplificada o processo de fabricação das brejas artesanais. Dê uma olhada, clique no link abaixo: