domingo, 16 de janeiro de 2011

Brasil passa Alemanha e Rússia e é o 3º produtor mundial de cerveja


Por Graziela Reis - Estado de Minas

Que tomar uma que nada. No ano passado, os brasileiros pediram foram muitas e muitas cervejas. O resultado dessa sede toda, que cresceu por causa do aumento da renda no país, do calor e da Copa do Mundo, foi um aumento da ordem de 18% na produção nacional da bebida. Foram fabricados 12,4 bilhões de litros da loura servida gelada e tão apreciada de norte a sul do país, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv). Os dados de 2010 ainda estão sendo fechados e podem sofrer uma pequena alteração, mas esse montante já dá ao Brasil um título inédito: de terceiro maior produtor de cerveja do mundo.

''Foi um salto impressionante. É um recorde histórico e, com ele, ultrapassamos a produção da Alemanha, que varia de 10,8 a 11,2 bilhões de litros, e a da Rússia, de 11,6 bilhões de litros'', afirma o presidente do Sindicerv, Gilmar Viana. A produção brasileira de cerveja agora só perde para a da China, com 35 bilhões de litros, e para a dos Estados Unidos, com cerca de 24 bilhões de litros.

Segundo Viana, a expansão da produção nacional é justificada principalmente pelas vendas no Norte e no Nordeste do país. ''Houve um alargamento do consumo'', diz. E, para atender essa alta na demanda, as indústrias chegaram perto do limite da capacidade de produção. Foi por isso também que os investimentos anunciados pelo setor em 2010 foram recordes. No ano passado, os aportes das cervejarias chegaram a R$ 5,4 bilhões, em expansões e construções de unidades, como a da Ambev em Sete Lagoas, na Região Central de Minas. Até então, a média anual de investimentos era da ordem de R$ 2 bilhões.

Os recursos já foram garantidos, mas as cervejarias estão suando para atender os pedidos deste verão. Esta época concentra 40% das vendas nacionais da bebida no país e a forte concentração da demanda está levando ao atraso nas entregas. ''Em dezembro a venda foi tão violenta que pedia 50 caixas e recebia 30. Agora, ainda deixam de mandar uma marca ou outra'', conta o proprietário do Bar do Doca, Jorge Lage. ''O pessoal está com o bolso mais folgado, o que dá tranquilidade para tomar mais cerveja'', observa. O apreciador da bebida Antônio Afonso, dono do Bar do Toninho, reclama que tem dia que ''falta cerveja''. ''As fábricas não estão dando conta de atender todo mundo'', afirma. Ele, inclusive, confessa que consumiu mais, no ano passado. ''Foi o calor'', explica. Segundo Viana, os resultados dos investimentos das cervejarias devem chegar ao mercado no segundo semestre, quando as entregas devem ser equilibradas.

Só a Ambev (Skol, Brahma, Antartica, Bohemia, Original, Polar e Serramalte) registrou uma alta de 14,1% no volume produzido entre janeiro e setembro do ano passado frente igual período de 2009, de acordo com os últimos dados divulgados pela gigante do setor no país. Em nove meses, sua produção atingiu os 6 bilhões de litros. ''Nosso desempenho no Brasil confirma que estamos na direção correta'', afirmou João Castro Neves, presidente da Ambev, durante a divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2010.

Nas outras grandes empresas nacionais, a evolução não foi diferente. Paulo Macedo, diretor de Relações Corporativas da Heineken Brasil (Kaiser, Bavaria, Sol, Xingu, Summer Draft e Santa Cerva), conta que o crescimento da empresa em 2010 foi de 14,2%. ''Fatores como a maior renda disponível às famílias, o clima favorável, a manutenção da carga tributária garantiram um incremento no volume de comercialização dos nossos produtos na casa dos dois dígitos'', afirma.

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